Hoje, partilho contigo uma história real, que podes também encontrar no meu primeiro livro “Mães do Mundo – A Programação NeuroLinguística ao serviço da educação com ética“.

“A Adelaide dorme, tranquila, envolta no pano, corpo com corpo, embalada pelos movimentos da mãe, Eugénia que lava a roupa nas margens de um rio, em São Tomé e Príncipe. Não é a única, o cenário repete-se mais ao lado, à direita, à esquerda. Sentei-me nas pedras, com os pés na água e a minha filha mais nova no colo. Primeiro, observei e pouco depois ficamos todas à conversa. Perguntei à Eugénia o que sonhava para aquela filha. Parou, observou-a, olhou para mim com um sorriso doce, envolto na simplicidade das metas que nasce das intenções, e respondeu: «Que seja feliz!» E não é este também o desejo de cada um de nós: mães, pais? É um desejo que transformou em meta ambiciosa, que não está nas suas mãos e isso deixou-me ainda mais curiosa. Então, perguntei-lhe como fazia isso. Olhou para mim com um ar de espanto, como se eu tivesse colocado a questão mais tola deste mundo e respondeu: «Tem-me a mim!».”

A Parentalidade Generativa propõe-te uma vida intencional e em presença, longe das expectativas

Deliciosamente simples, profundamente intenso e desafiador. Afinal, somos nós o exemplo que queremos ver no Mundo e começa, sem dúvida, em cada família, o microcosmo da sociedade, como nos dizia Virginia Satir.

Querer que um filho seja feliz é um desejo, não é uma intenção. Já o «tem-me a mim», encerra em si a intenção de estar presente. De escutar, de observar. São mesmo assim as intenções: luz em dias de tempestade, de dúvida. Estão na base de todas as escolhas e acções. São vividas no presente, em harmonia, sem expectativas porque não dependem de resultados.

As minhas intenções na parentalidade, emergem do meu compromisso em estar verdadeiramente presente na vida das minhas filhas e para isso, estou necessariamente presente e alerta, na minha vida.

Sem intenções e valores definidos, tu e a tua família vão navegar ao sabor do vento e não saberão como e quando devem ajustar as velas. No meu mapa Mundo, faz-me tanto, mas tanto sentido VER todos os dias as minhas filhas (com olhos de ver, sem lugar a julgamentos, a pressas). ESCUTAR activamente e diariamente o que ambas me dizem, sem expectativas. SENTIR com as duas os compassos dos seus tempos e ACEITAR as suas essências, tal e qual como são – sem medo, com confiança – nelas e em mim).

Os objectivos na Parentalidade Generativa

Quando as intenções estão definidas, é fácil desenhar objectivos bem formulados. Por exemplo, para cumprir com a minha intenção de estar mais presente na minha vida e na das minhas filhas, estabeleci horários que me permitem dormir uma noite reparadora. Deitar-me pouco depois delas e acordar antes de todos, meditar, tomar um pequeno-almoço nutritivo, em tranquilidade, dedicar uma hora ao que me fizer sentido em termos de alinhamento, pode ser ler, ouvir música, caminhar…

Por outras palavras, um objectivo tem uma intenção subjacente e uma expectativa, já que pretende alcançar um resultado específico, mensurável, datado (uma vez que está orientado para o futuro), é realista. Um objectivo está focado em comportamentos. E neste processo, o modelo do Success Factor Modeling (SFM), aplicado à educação, dá-nos um incrível, sistémico e poderoso contributo.

As famílias generativas colocam o foco primeiro nas intenções, depois nos objectivos, sabendo que mais importante que o destino final, é o caminho e os milagres que este nos revela a cada momento. Conectamos para criar e estabelecer relações inspiradoras, de qualidade e assim, vivermos uma vida plena. Afinal, não é sobre perfeição, é sobre conexão.

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