Judith DeLozier • Rita Aleluia https://www.ritaaleluia.com/tag/judith-delozier/ Awakening People Tue, 05 Apr 2022 09:09:20 +0000 pt-PT hourly 1 https://www.ritaaleluia.com/wp-content/uploads/2020/11/cropped-favicon-2020-32x32.png Judith DeLozier • Rita Aleluia https://www.ritaaleluia.com/tag/judith-delozier/ 32 32 O corpo diz o que as palavras não podem dizer https://www.ritaaleluia.com/corpo-diz-que-palavras-nao-podem-dizer/ https://www.ritaaleluia.com/corpo-diz-que-palavras-nao-podem-dizer/#respond Tue, 05 Apr 2022 09:08:23 +0000 https://www.ritaaleluia.com/?p=9205 Antes de sermos verbo, somos corpo. Ele não mente! Guarda memórias e dá-nos sinais constantes que é preciso decifrar para navegar em harmonia na vida. Como nos relacionamos com ele? No episódio desta semana, a conversa ESSENCIAL entre a Dra Sandra Amado e Rita Aleluia.

O conteúdo O corpo diz o que as palavras não podem dizer aparece primeiro em Rita Aleluia.

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Viva! Bem-vindos ao primeiro podcast no mundo a utilizar as lentes da parentalidade generativa. Obrigada a cada um de vós que regressa semanalmente para escutar, reflectir, desaprender, aprender e transformar. Num processo continuo de reparentalidade, unidade e crescimento.

Adoro poder sentar-me com pessoas que trazem a sua voz única ao mundo, que são a diferença que faz a diferença. Pessoas centradas no coração, conectadas consigo próprias, com os demais e a caminhar no exemplo que querem ver no mundo. É uma bênção poder partilhar convosco a sapiência que elas nos trazem.

Como a nossa convidada de hoje. Ela é nada mais, nada menos que a Sandra Amado. Além de um ser humano incrível, é mulher e mãe de um guru que lhe faz jus, pois claro. Especialista na inteligência do corpo, na mente somática é ainda professora do ensino superior, na Escola Superior de Saúde, do Politécnico de Leiria, investigadora, entre outras coisas.

Bem-vinda ao ESSENCIAL, Sandra! Obrigada por entregares parte do teu precioso tempo para partilhares connosco esta mensagem tão essencial, tão urgente, sobre o corpo.

S.A – Obrigada Rita. Eu é que agradeço este convite surpreendente. É um gosto poder participar neste projecto que é entregue com tanto amore tão necessário, para todos nós, pais, mães, educadores e no fundo, seres humanos, que estamos aqui para nos tornamos seres melhores.

R.A – Obrigada, Sandra. Como sabes a vivência da parentalidade generativa integra a consciência e vivência do corpo, através da sintaxe somática. Para quem nos escuta e lê – no episódio transcrito no blogue do meu site, em www.ritaaleluia.com – e ainda não está familiarizado com esta linguagem, quero lembrar que nós somos energia e o corpo é um sistema de representação. A sintaxe somática revela-nos como é que os movimentos do corpo estão conectados com as nossas emoções e pensamentos – mostra-nos a forma como descodificamos as mensagens da mente inconsciente, submersas no corpo e as transformamos. Este trabalho tem eu diria que uma mãe e um pai: a nossa querida Judith DeLozier, a mãe da programação neurolinguística e o Dr. Peter Levine.

Mente e corpo são na verdade um só, já falamos disto no 1.º episódio, estão interconectados, são inseparáveis. Hoje, a neuro-fisiologia já o demonstra com evidências inegáveis e outras áreas da ciência, também.

O corpo é sábio. Codifica, descodifica, aprende, tem memória. Aliás, os princípios fundamentais da sintaxe somática são precisamente o facto de que:

  • o corpo fala uma linguagem que é tão refinada, sistemática e completa quanto a linguagem verbal;
  • está em comunicação constante com sua mente consciente, principalmente no que diz respeito a questões de saúde, bem-estar emocional e segurança;
  • é infinitamente sábio e inteligente;
  • armazena informações, conhecimento e memórias nos músculos e no tecido conjuntivo.

Sandra, o que partilhas sobre tudo isto?

S.A – Tudo o que tu disseste é extremamente importante e fico muito feliz de finalmente, poder-se falar de uma forma tão clara e explicita de algo que é tão natural em nós. Eu acrescentaria uma pessoa às pessoas que já referiste, que eu respeito e admiro imenso, o nosso neurocientista António Damásio, em particular um livro que ele lançou recentemente, o “Sentir e Saber“, que nos traz muito conhecimento, numa linguagem muito prática e descomplicada. Onde ele refere, efectivamente, que o princípio não foram as palavras. A nossa primeira linguagem não é de facto a palavra. A nossa primeira linguagem está muito mais relacionada com o movimento. E se formos um bocadinho à embriogénese, e percebermos que o nosso maior órgão é a pele e que logo a seguir vem o sistema nervoso central e que logo a seguir vem o coração, eu acho que o raciocínio é simples. Toda aquela interocepção, todo aquele sistema nervoso dos órgãos começam logo aí. Quando nascemos não sabemos falar, sabemos chorar e aí, se calhar, vem uma representação de dor e todo o nosso desenvolvimento deveria ser no sentido de nos conhecermos a nós próprios, começando pelo corpo.

R.A – Somos seres espirituais incorporados, não é?

S.A – Sim, sim!

R.A – Eu acredito nisso. Somos energia. Somos movimento.

S.A – Claro que somos! Somos, sim! Isso é inegável. Quando nos debruçamos sobre a origem da vida, vem de algum lado e essa faísca, essa energia que gera tudo o resto, essa foça, efectivamente depois ganha forma e essa forma é o nosso corpo. E portanto, devemos amá-lo, em primeiro lugar!

R.A – É um templo. É muito interessante pensar que quando somos bebés produzimos milhares de movimentos involuntários por minuto, à medida que crescemos vamos percebendo quais as funções dos membros, mãos, braços, pernas, também os movimentos, vamos tendo outro tipo de controlo e diminuindo os movimentos… Depois quando começamos a ser alfabetizados e em particular, quando entramos para uma escola, para o 1.º ciclo, onde nos são pedidas muitas horas de estar sentado, atentos às palavras, ao raciocínio lógico, parece-me que é o primeiro passo para a desconexão do corpo com a cabeça, da cabeça com o corpo e começamos a perder consciência do nosso corpo. Concordas?

S.A – Sim, sim concordo! E mais do que concordar, a ciência já nos traz essa sabedoria, também, essa evidência. Ainda bem que trazes esse assunto porque é algo que, desde que fui mãe fiquei mais desperta para ele, naturalmente, eles são os nossos gurus, trazem-nos sempre algo para o qual não estamos preparados, e de facto, essa fase em que entramos na escola é marcante que em algumas situações pode até ser traumatizante e devemos estar todos despertos e disponíveis. Também dizer que a minha visão e percepção sobre esse assunto está relacionada com um outro autor, Daniel H. Pink que lançou um livro muito interessante que é um manual sobre a nova inteligência. Se fizermos uma retrospectiva sobre o que foi o nosso desenvolvimento enquanto seres humanos e inteligentes, estamos agora a entrar numa nova era, a da conceptualização e viemos de uma era industrial, de uma era de agricultura. Há todo um processo de mudança que acredito estar a acontecer, não no ritmo que gostaríamos, mas que essa mudança vai criar o espaço para esta nova inteligência, muito mais associada à criatividade, muito mais associada ao hemisfério direito, muito mais abstrata, que vejo interesse por parte dos profissionais das escolas, mas depois não existe todo um contexto social que esteja preparado. E acho que estas iniciativas são óptimas para conseguirmos, cada um de nós, no nosso pequeno mundo fazer a diferença.

R.A – Sim. Eu costumo dizer que é pessoa a pessoa, família a família, comunidade a comunidade e o mundo avança.

S.A – Tal e qual!

R.A – Em famílias e organizações que ainda não praticam parentalidade generativa, acontece muitas vezes, perante um acontecimento doloroso da vida, agir como se não fosse importante. Por exemplo, quando alguém que amamos morre, ou quando somos feridos ou violados na nossa integridade, podemos agir como se nada tivesse acontecido, porque as emoções que acompanham o verdadeiro reconhecimento da situação são muito dolorosas. Esta dissociação pode ser sentida como parte do corpo desconectada ou quase ausente. E é assim que se programam, inconscientemente, crianças para o stress e outras patologias. Por exemplo, de repente, aparece uma dor que se torna crónica e voilá, ela representa precisamente essa parte do corpo que foi dissociada. Conheço bem, por experiência própria. Sem entrar em pormenores posso partilhar qu não soube fazer o luto da partida da minha irmã, até há um tempo atrás. Ela era uma jovem de 19 anos, com muita energia vital, com vontade de ser e fazer a diferença no mundo, e a fazer de facto já muitas coisas, com imensos projectos e, de repente, há um diagnóstico e em 10 meses, há um sofrimento que é inconcebível para nós, enquanto seres humanos e ela parte. Nesse momento a minha preocupação foi estar “inteira” para acompanhar os meus pais que ficavam só comigo e sei hoje, e senti também na altura, que eles fizeram o mesmo. E não vivenciei o luto como deveria e já mais tarde, já com a vivência da programação neurolinguística generativa comecei a prestar atenção às sensações que se manifestavam no meu corpo, a interpretar o que poderiam ser ou não e ainda assim, a resistir. De um dia para o outro, quando estou relaxada, em férias, aparecem umas pintinhas brancas no corpo. Assustei-me porque no dia seguinte tinha mais e no terceiro dia, ainda mais. Marquei logo uma consulta e quando cheguei a Portugal foi quase sair do avião e ir para o dermatologista. Eu já tinha feito pesquisas no Google, ia mais ou menos preparada. O médico disse-me: “tenho uma má notícia para lhe dar. Claro que me conectei à história pessoal e senti medo. Mas ele, disse-me logo: “tem vitiligo”. Fiquei tranquila e o médico insistiu: “ouça, é uma doença auto-imune, é crónica e é para a vida, não tem cura!” A forma como às vezes, os profissionais da área da saúde informam um paciente faz diferença! E tu trabalhas isto todos os dias, treinas, ensinas profissionais de saúde. É verdade que eu não cuidei do meu corpo, não o escutei, amordacei-o. Mas também só soube o que era de facto uma doença auto-imune quando a consultei uma médica de medicina ortomolecular que me esclareceu: “atenção, não tens nenhuma doença, tens emoções não vivenciadas e um terreno fértil, um ambiente, que é propício a que quando estás em desarmonia, no teu corpo, então, pode manifestar-se em forma de doença auto-imune.” Sandra, como é que se treina um profissional da área da saúde para a epigenética, para a influência dos pensamentos, crenças, emoções?

S.A – É muito bom trazeres essa questão porque isso remete-me para o que hoje se chama ciência subjctiva, que ganha cada vez mais espaço e fico muito feliz com isso, e que dá origem a modelos de saúde nos quais deveremos assentar o conhecimento nos novos profissionais de saúde. Esses modelos dizem-nos que os cuidados devem ser centrados na pessoa e que na base da relação terapêutica estão as crenças da própria pessoa. Portanto, as crenças passam a estar consideradas no próprio modelo. A partir do momento em que esta questão é colocada no modelo explicativo só faz sentido termos cuidado com a linguagem com que falamos com a pessoa com a qual estamos a relacionar-nos, que pode ser uma pessoa com uma doença ou pode ser simplesmente uma pessoa que vem à procura de um conselho. O novo conceito de saúde que está muito relacionado com o bem-estar, à prevenção e ao empoderamento da pessoa para decidir aquilo que é melhor para si. Porque o que tu fizeste é o que todos nós fazemos, vamos ao dr. Google e acedemos a toda a informação disponível, e tu sabes melhor que eu que na era da informação temos de ter um sentido muito critico, e portanto, o treino destes profissionais assenta no modelo que hoje, já podemos falar como estou aqui a falar contigo, já não há um tabu: “ah não, porque aquilo já não é uma medicina aceite”, não, é aceite! É aceite! São modelos integrativos, holísticos! Sim, podemos falar sobre isso e devemos considerar isso de uma forma clara na formação académica dos futuros profissionais. Tu levantas uma questão relativamente ao luto e a episódios marcantes, ficam presos no corpo, porque há uma descarga emocional tão intensa e tão difícil de gerir e a nossa inteligência emocional é activada aí e o que se tem passado é que essa vertente da inteligência emocional não é tão cuidada, partilhada, reconhecida. Eu confesso que da minha experiência como mãe, foi o desafio que o meu filho me trouxe. Foi efectivamente olhar com carinho, aceitar as emoções e nas vivências mais traumatizantes encontrar os recursos ou arranjar forma de que eles se activem, para que essa conexão com o corpo, com as emoções e com a mente seja algo natural e preventivo. Esse aspecto tem um potencial de prevenção gigantesco.

R.A – O corpo é sábio! E ele não utiliza as palavras que nós utilizamos e quando ele se manifesta, tendemos a calá-lo com palavras que verbalizamos dentro da nossa cabeça.

S.A – Sim e que representam algo que é diferente da tua representação e da minha representação e, portanto, o corpo fala efectivamente connosco! Nós é que estamos a aprender qual é o código de linguagem que ele tem para nós, não é?! E aí, a PNL, confesso que foi muito importante para mim.

R.A – A PNL generativa que é sistémica, onde aplicamos a sintaxe somática, o S.C.O.R.E dançante, que foi precisamente introduzido pela Judith DeLozier, pelo Robert Dilts, pelo Tod Epstein. Porque na sintaxe somática, a atenção foca-se na estrutura, na forma como os padrões emocionais se refletem no funcionamento do corpo e em como, a partir do corpo, construímos um Eu saudável, este Eu total. Portanto, escutarmos a ‘voz não verbalizada’ do nosso corpo, aquilo que o Dr. Peter Levine chama de “unspoken voice” (é um livro cuja leitura recomendo), é permitir que o corpo faça precisamente o que precisa fazer, a cada momento. Ou seja, investigamos as sensações internas, com curiosidade, sem julgamento. O que é que te parece?

S.A – Sim, e eu diria que esse é o caminho da consciência!

R.A – Até porque o corpo é considerado a mente inconsciente. Quando o calamos perpetuamos dor, trauma…

S.A – Isso! É extremamente importante haver essa aprendizagem que, atenção, vai mudando! O nosso corpo aos cinco anos pode ter uma linguagem perante o medo que nós percepcionamos diferente aos 20 anos, 40 anos.

R.A – Se somos energia, energia é movimento e não é constante, “tem” mesmo de ser assim.

S.A – Tem, tem e é muito importante a primeira experiência que temos dessa relação que nos remete para a infância.

R.A – e, ou para o útero, ou para a concepção, ou para sete gerações… Trabalhamos muito com a questão geracional na parentalidade generativa, com o trauma geracional, com o inconsciente colectivo e manifesta-se sempre no corpo. O momento que atravessamos globalmente, esta guerra é uma coisa… eu que sou bisneta de um combatente da grande guerra mundial, filha de um combatente da guerra do ultramar, ambos veteranos, ambos regressaram vivos e traumatizados. E ainda que não haja manifestações violentas, nunca presenciei com o meu pai e ele com o avô, pelo contrário, são pessoas carinhosas e muito atentas, mas sim, há manifestações no meu corpo. Antes deste conflito começar o meu corpo gritava e eu só dizia ao meu marido “algo muito grave vai acontecer no mundo”. Ele escutava e respondia que poderia ser algo ainda relacionado com a pandemia, ao que eu respondia que não, que era algo muito grave, global que me deixava profundamente inquieta… E logo nos primeiros movimentos começo a perceber o que é que eventualmente pode ser. Havendo esta consciência facilmente podemos prever o que vai acontecer e, portanto, não me surpreendi quando a invasão aconteceu. Era previsível! O meu corpo tinha-me avisado! O corpo sabe o que a cabeça não consegue saber.

S.A – Sim, ele sente, claramente! O que acontece hoje em dia é que refugiamo-nos na “falta de tempo”. Não temos tempo para nos ouvirmos, não temos tempo para nos auscultarmos. O processo que tu trazes, valiosíssimo, aprende-se e é mesmo muito importante!

R.A – Quanto mais praticamos mais aprendemos! O que eu acho muito interessante e olhando para a minha filha mais nova, que teve a sorte de nascer de uma mãe que já tinha começado a criar a parentalidade generativa, coisa que a primeira não teve e as diferenças são evidentes, mas lá está, estamos sempre a tempo e acho que não provoquei grandes danos, observando a minha filha, percebo que é mesmo muito intuitivo e inato, ela diz-me “mãe estou muito energética”, é a expressão que ela usa e começa a saltar, e vai para a cima da cama saltar e depois diz-me que “já está quase” e continua. Eu só respondo que é o tempo que precisar de ser e está tudo bem. A seguir, vem ter comigo e é outra! Centrada, serena, muito presente. Eles são gurus! Ter esta consciência de que tem energia que não está a gerir e a criar homeostase e saber o que funciona e fazer… O que é que tu dizes aos pais?

S.A – Ouçam! Tudo o que eles dizem é verdade, tem sentido, muitas vezes nem nós mesmos percebemos a dimensão do que eles estão a dizer. Este escutar, é o escutar…

R.A – Sim, na parentalidade generativa dizemos que é mesmo escutar: ouço, escuto, estou presente, sem julgamento.

S.A – Na área da saúde também dizemos, é a escuta activa. E este é o primeiro exercício que todos nós, sejam ou não pais…

R.A – Definitivamente! É um exercício de reparentar! Por exemplo, a parentalidade generativa não é sobre as crianças. É sobre nós adultos, acolhermos, integrarmos e transcendermos a nossa criança interior. As nossas feridas, as nossas partes, chamem-lhe o que quiserem… Mas é sobre nós, agora, aqui e agora!

S.A – Tal e qual! Isso! O meu filhote disse-me recentemente que precisava de ajuda. Disse-me que quando entrava em campo, em jogo – ele joga basquete – quando sentia mais pressão, sentia que ia desmaiar, que parecia que deixava de ouvir. A minha primeira reacção foi de ouvir, escutar e perceber o que é que ele me estava a dizer. Logo de seguida disse-lhe para ele experimentar alguns dos exercícios que nós fazemos: palpar o corpo, sentir o corpo e se não se sentisse bem assim, bater com os pés no chão para que fosse uma sensação real, mais intensa e para experimentar. Foi a semana passada. O que é facto é que ele chegou a casa super feliz por tinha conseguido ultrapassar algo que já não era a primeira vez que ele sentia. Portanto, escuta é o 1.º passo e o 2.º passo é o de criar uma conexão com o que está a acontecer com os nossos filhos e ensiná-los a amar o seu corpo, a ouvir o seu corpo, a conhecer o seu corpo, porque não basta sabermos no livro onde é que estão os órgãos internos, não basta percebermos como é que é a respiração, temos que experiencar, todos os momentos são bons para experienciar.

R.A – isso é muito interessante e remete-me para o facto de que só podemos fazer isso se praticarmos em nós. Não me adianta de nada dizer às minhas filhas para escutarem o corpo, para o horarem se depois, eu mão, não for disso exemplo…. Quero mesmo pedir-te um conselho para quem nos escuta, porá saber como fazer isso, às vezes é muito desafiante, não estamos habituados, não somos educados assim… Por exemplo, eu tive que fazer trabalho em mim, com o melhor que os meus pais podiam e sabiam fazer, a questão do corpo nunca foi um tema em casa, nem mesmo falarmos sobre emoções. Nunca me disseram “não chores”, mas também não me incentivaram a que as expresse publicamente. E é natural, estamos em evolução, não é?!

S.A – Sim, falar de emoções e permitir o choro era algo de não se fazia. Regra geral, não… Em Portugal…

R.A – Em Portugal não, em Espanha não, em Itália também não. Aliás, é interessante, porque por onde eu tenho vindo a trabalhar no mundo, são poucos os países que o fazem. Mesmo nos países escandinavos. Eu tenho amigas e colegas suecas que tiveram esta experiência de vivenciar as emoções e tenho outras finlandesas, que nem por isso. Na Finlândia estão agora a braços com a questão do aumento do suicido na adolescência e jovens adultos. E neste momento, estão a chegar à conclusão de que criaram as condições óptimas para que corresse tudo bem, as emoções experienciadas eram sempre muito boas, até que chega a adolescência e a revolução hormonal e não sabem lidar com isso. Começam a surgir as primeiras emoções degenerativas e não sabem lidar com isto. É por isso que quero muito que nos digas, aos pais deste mundo, professores, a todos, que temos uma criança aqui dentro: como é que fazemos isto?

S.A – Reconhecer fisicamente e emocionalmente o nosso interior e é verdadeiramente o nosso interior, porque existem sensores interiores e as emoções refletem de facto, os nossos sentimentos. A emoção, depois os sentimentos e temos mesmo que os reconhecer. Reconhecer o nosso corpo, por exemplo tomar banho pode ser algo mais consciente, sentir o nosso corpo, o aplicar o creme, de forma mais consciente. Quando estamos connosco, estamos verdadeiramente connosco, com o nosso templo. As emoções e os sentimentos, eu aconselho a escrevermos, a fazermos journaling, no fim do dia escrever qual foi a emoção e o sentimento mais dominante.

R.A – Vai ao encontro do 2.º episódio. Se ainda não escutaram esse episódio do ESSENCIAL, podem fazê-lo e aprender mais sobre emoções generativas e degenerativas. Nesse episódio entrego-vos um exercício poderoso para mapear as nossas emoções. Um exercício que nos mostra em que emoções passamos mais tempo e nos permite escolher, em consciência e direcionar a atenção, para quais as emoções onde queremos viver presentes. E no 3.º episódio encontram uma meditação breve para conectar com o coração, com emoções generativas, com a intenção de gerar bem-estar físico, emocional e espiritual. Experimentem. Só assim sabem se funciona e como funciona.

S.A – Perfeito! Porque esse jounaling de facto, depois tem um outro impacto quando é trabalhado da forma que estás a dizer, de uma forma consciente, conectas o nosso coração com o nosso grande cérebro que mapeia tudo, não é?

R.A – Não sei se ele é assim tão grande… é em termos de tamanho e dos trabalhos em que nos mete…

S.A – Pois mete! De facto, o coração em termos de nervos, de enervação não fica atrás, antes pelo contrário.

R.A – Pois não. É pequenino, mas é o gerador biomagético mais poderoso do corpo humano, que conecta com o campo electromagnético da Terra. Isto diz tudo! Estavas a falar em reconhecermos, honrarmos… e isso remete-me para a questão mais feminina de crescermos a ouvir “tira a mão daí, aí não se mexe, isso não se mostra, ai que horror”… E aqui estou mesmo a falar das nossas partes mais íntimas. Mesmo a nível sexual, como é que podemos esperar que alguém consiga satisfazer uma necessidade sexual que temos se nem nós próprios sabemos como é que isso acontece connosco, como é que é esse movimento, como é que o activamos, como é que o experienciamos, como é que o expandimos até ao outro…

S.A – E isso remete-nos para a fase em que conhecemos o prazer e que é uma fase tão importante. Conhecemos o que está associado à dor, é algo que é natural, o parto que já não é tanto, mas ainda é de dor… e nessa fase assumimos verdadeiramente a parte do prazer e é verdadeiramente importante descobrimo-nos nessas emoções generativas que depois estão associadas ao prazer.

R.A – Que deveriam ser generativas, porque de facto, é um nível de conexão incrível entre dois corpos, entre dois espíritos. E muitas vezes torna-se numa relação degenerativa sem necessidade e porque não temos esta consciência do corpo.

S.A – O toque é muito importante, o auto-toque.

R.A – E para que isso aconteça temos de estar libertos de muita carga emocional presa no corpo, de muito trauma…

S.A – E para isso temos de reconhecer, temos de fazer o reconhecimento desta linguagem corporal. A dor na cervical ou na lombar, ou num pé ou num ombro, por vezes, na grande maioria das vezes está nalguma emoção que nós não acolhemos, que não reconhecemos, que se perpetua e que ganha uma dimensão mais crónica. A dor crónica chega a ter representação no nosso cérebro, atrofia a massa cinzenta, está documentado e vale mesmo a pena ver outras alternativas às respostas bio. “É uma inflamação”, sim, mas a inflamação vem de onde? Por vezes vem de um medo.

R.A – A inflamação é um sintoma e aqui voltamos ao S.C.O.R.E. da programação neurolinguística generativa, é um sintoma!

S.A – E às vezes, está num passado bem longínquo, como já o disseste e vale a pena exploramos e conhecermo-nos: auto-conhecimento! O reconhecer é central, o escutar é importantíssimo. Quando falo em auto-conhecimento falo em formação. É um querer conhecermo-nos, ter conhecimento, ir à procura das ferramentas, não ter vergonha de dizer que aos 40 anos está a aprender a descodificar e a perceber o que quer dizer… Não ter problemas com isso!

R.A – Nós na NLP University, na California, temos alunos com 80 anos. Imagina eu, com 45, a dar aulas a pessoas de 80?! As turmas são muito transversais. Há três anos tivemos uma aluna com 16 anos, um senhor com 80, uma senhora com 77… E é tão bonito. A perspectiva que têm da vida, a consciência… As descobertas que fazem agora… lá está, através do corpo, de dançar este movimento que nos habita e é tão belo, é libertar.

S.A – Até o ensino dos próprios valores às nossas crianças pode começar com o exercício do próprio corpo. A liberdade de poder andar descalça, a liberdade de poder andar com pouca roupa em casa, a liberdade experiencia-se também dessa forma. O respeito pelo seu próprio copo. Pode-se ensinar os próprios valores através desta relação com o corpo. A honestidade porque estás a ser honesta com o que estás a sentir e para isso tens de fazer o exercício de reconhecer.

R.A – O cuidar, esta emoção generativa tão bonita, a compaixão, e às vezes, tantas, maltratamos o corpo. Está tudo bem. Como é que eu fiz para não fazer diferente? E investigamos… Sandra, sei que esta é só a primeira de muitas conversas que vamos ter e agora peço-te que partilhes connosco um exercício para reconectarmos com o nosso corpo, a nossa casa. Aceitas o desafio?

S.A – Aceito, pois!

R.A – Vamos lá!

S.A – Convido-vos a fazerem o exercício de olhos abertos ou fechados, associado `s meditação, mas não tem necessariamente de ser meditação.

Respiramos fundo, três vezes. Permitindo que o ar entre, esta energia da vida, e deitar fora, expirar, expelindo tudo o que é tensões e emoções que estejam no nosso corpo. Vamos sentir o corpo. Colocando-nos numa posição confortável, vamos perceber se há pontos de tensão começando pelos ombros, o tronco, os braços, as pernas, os pés, vamos sentir…

Vamos respirar fundo e se houver algum ponto de tensão, observamos, acolhemos, reconhecemos… respirar fundo e quando expiramos libertamos essa tensão que existe, permitimos que ela já não esteja em nós, com carinho, respiramos fundo, isso…

Agora visualizamos uma chuva de luz branca, que nos banha completamente o corpo, passando pela cabeça, pelo pescoço, pelos ombros, os braços, o tronco, uma luz brilhante, branquinha… passa pelas pernas, vai até aos pés e que leva todo o resto da tensão que possa existir ainda. Permitimos que o corpo relaxe, que fique leve, isso mesmo… E agora, permitimos que entre uma luz pelo centro da cabeça que vai até à nossa coluna dorsal, que vai até ao sacro e se conecta com a terra, a nossa linha vertical e que é reforçada com as nossas raízes nos pés que vão descer pela Terra. Observamos que tudo está em harmonia. Já não há tensões, sentimos o nosso coração a bater, sentimos a nossa respiração, podemos colocar a mão no peito, isso… sentimos o calor, sentimos leveza e no nosso tempo, podemos regressar, abrir os olhos e olhar…

R.A – Tão bom!

S.A – É simples! Não tem de ser complicado!

R.A – Marcamos um segundo encontro para falar mais especificamente sobre como é que famílias e escolas podem trabalhar com as crianças a mente somática, este movimento que nos habita?!

S.A – Sim! Pode ser!

R.A – Sandra, muito, muito obrigada por seres e pelo tanto que nos entregas, diariamente. Estou muito feliz com esta nossa conversa ESSENCIAL! Com o deixar esta sementinha sobre a mente somática, sobre o corpo, porque o corpo não mente.

S.A – Não mente!

R.A – Que possamos todos ganhar consciência de que o passado vive em nós, inscrito no nosso corpo. Ganhar consciência e saber o que fazer com ela. Ou seja, a conectarmo-nos com as nossas memórias perceptivas, a memória que acontece no nosso corpo, com as sensações expressas pelo corpo e aprendermos a auto-regular-nos. Até lá, não conseguiremos sentir segurança, o corpo vai continuar a manifestar o que ainda quer ser acolhido, integrado, curado e continuaremos a percepcionar dificuldade nas nossas relações. Connosco, com os nossos filhos, com todos.

Os nossos filhos não vão sempre lembrar-se do que lhes dissemos. Mas vão para sempre lembrar-se de como os fizemos sentir. 

Encontramo-nos na próxima terça-feira, para entregar mais daquilo que acredito ser partilha de valor. Obrigada pela presença, pela abertura e curiosidade.

Escutem, leiam, pratiquem e se sentiram que valeu a pena, partilhem com mais pessoas.

Juntos co-criamos o essencial, um admirável e intencional mundo novo!

De coração!

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6 pressupostos que transformam vidas: O ESPÍRITO DA PNL https://www.ritaaleluia.com/6-pressupostos-transformam-vidas-espirito-pnl/ https://www.ritaaleluia.com/6-pressupostos-transformam-vidas-espirito-pnl/#respond Tue, 22 Mar 2022 07:02:59 +0000 https://www.ritaaleluia.com/?p=9047 O 1.º episódio do podcast ESSENCIAL traz-nos 6 pressupostos que transformam vidas, são o espírito da PNL! E traz também um exercício que vão mesmo querer vivenciar!

O conteúdo 6 pressupostos que transformam vidas: O ESPÍRITO DA PNL aparece primeiro em Rita Aleluia.

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Este é o 1.º episódio do Essencial, o podcast semanal que nasce agora e nos traz já o espírito da programação neurolinguística, ou seja, os seis princípios da PNL que transformam vidas. Podem escutar aqui.

“É muito interessante voltar a estar de microfone aberto, agora numa versão que dizem ser a filha da rádio. Ainda a recuperar de uma infecção causada por aquele atrevido que aí anda e ainda não nos largou. Portanto, este som nasalado é fruto desta recuperação que está em curso. Ainda eu era jornalista, na altura na SIC, criei e conduzi em simultâneo, um programa na TSF Madeira que se chamava “ser criança”. Curioso que na altura ainda não fazia ideia que existia a programação neurolinguística e ao mesmo tempo, já estava tão perto de a conhecer, de transformar a minha vida, e começar a trazer ao mundo a parentalidade generativa… 13 anos depois, volto aos microfones, agora com o Essencial.

E acho que é por isso que me sinto entusiasmada e confortável neste lugar. Porque embora com semelhanças à rádio, há diferenças substanciais. Não deixa de ser novo, ainda assim, sinto-me sem aquele peso de quem está a fazer algo pela primeira vez. Parece-me que a minha vulnerabilidade está sossegadinha e deu espaço à minha imensa curiosidade. Muita mesmo!

E isto é bom sinal, é um bom indicador de generatividade. De que estou conectada com o meu coração, com o meu centro e com algo maior. Um bom indicador de que estou a entregar algo em que acredito e que sei, por experiência própria e profissional, que pode mesmo transformar a humanidade. Primeiro a nossa, claro. Como eu costumo dizer, pessoa a pessoa, família a família, comunidade a comunidade.

Quero começar este nosso primeiro encontro com algumas linhas orientadoras. Com pressupostos, que não são verdades, são sim uma epistemologia, conceitos, filtros da Programação Neurolinguística, aos quais a mãe da PNL, a minha querida Judith DeLozier, que também é madrinha da Parentalidade Generativa (PG), chama “O ESPÍRITO DA PNL”, e que nos abrem a um admirável mundo novo de possibilidades. São na verdade, os pilares da PNL.

A vivência destes pressupostos permite que vivamos presentes e abertos a construir um novo modelo de quem somos, do exemplo que queremos ser e ver no mundo. Até porque a vida e a mente são processos sistémicos, estão interconectadas, influenciam-se mutuamente. Os processos que acontecem numa pessoa, no seu ambiente, são sistémicos. O que acontece a um, acontece a todos. Aliás, o realidade global demonstra-se isto muito bem!!

Mesmo quando não falamos, quando não agimos, estamos a influenciar o sistema. Não é possível não influenciar, não é possível não comunicar. E aqui realço que a inação tem muitas vezes mais consequências que a ação…

Ao vivenciarmos estes princípios da PNL podemos recolher nova informação, sem fazer julgamentos, presentes no corpo, atentos aos nossos pensamentos, imagens… Passamos a operar de forma diferente, a criar a nossa vida e a agir com influencia expansiva no mundo.

Foram estes pressupostos que permitiram criar toda a tecnologia de técnicas que hoje a PNL oferece. Quero lembrar que a PNL é uma forma de vida. Não quero colocar o foco no conhecimento cognitivo dos pressupostos. Trago antes, uma espécie de ponte que conecta. Em tempos de incerteza, mudança, como aquele em que vivemos, sobretudo hoje, viver sob estes filtros pode mesmo ser a diferença que faz a diferença.

O mapa não é o território

A nossa percepção do mundo, não é na verdade o mundo em si. É apenas uma representação da realidade. É o nosso território, mas só o nosso e é diferente do de qualquer outra pessoa. É por isso que a realidade é sempre subjectiva e existem infinitas prespectivas sobre a mesma coisa. Por exemplo a mesma palavra tem um significado completamente diferente para diferentes pessoas. Ou seja, o mapa é o que os nossos sentidos captam e essa informação é filtrada pelas nossas crenças, valores, pela nossa história pessoal…

Trabalho com algumas organizações nos EUA, ligadas à justiça social, à mudança social e é curioso perceber que no sistema há sempre um inimigo, um “bad guy”. E o interessante é que normalmente estes “bad guys” são também os melhores aliados. Só que para isso acontecer é preciso saber lá chegar, construir pontes. Não temos que ter e vestir o mapa do mundo do outro, mas temos de conhecer e ser sensíveis ao mesmo.

E é muito importante ter presente que não há mapas melhores ou piores. Há mapas mais ou menos ricos. E todos os mapas são pautados por generalizações, por omissões e distorções. E o mesmo mapa pode não ser útil num contexto e servir noutro. Em PNL não descartamos nada, gostamos muito de ter possibilidades!

É muito importante reter que o mapa mais compassivo vibra sempre em amor e tem uma abertura maior para acolher outros mapas e expandir. Sem julgamentos.

É muito engraçado porque entre colegas, quando sentimos que a conversa está a “aquecer” e a surgir rigidez no campo, costumamos evocar imediatamente: “Ok!! Mapa é mapa! Não é território, certo?!” E saímos automaticamente da pré-alucinação que estávamos a criar.

O princípio da intenção positiva

Se me encontro perante uma situação desafiante, assumo que há uma intenção positiva do outro lado e que a outra pessoa faz o melhor que sabe e pode naquele momento, ou não?

Aqui tenho sempre muito cuidado com a palavra POSITIVA, porque é um julgamento. Os sistemas vivem em adaptação. Se nos desconectamos do resto do sistema, a intenção positiva é apenas para connosco e isto não é altruísmo, é retração, reação, pode ser um comportamento adaptativo, por exemplo proteger-me, sobreviver, mas os resultados podem ser devastadores. É por isso que se diz que “de boas intenções está o inferno cheio”…

Por exemplo, numas férias passadas, houve uma situação de conflito entre a minha filha mais nova e a mais velha. A mais velha foi buscar o único livro que a mais nova tinha levado na mala. Ela não gostou e correu atrás da irmã, aos gritos para lhe bater. Quando percebi o que se estava a passar decidi intervir. Perguntei à mais nova o que estava a fazer. Ela olhou para mim com uma cara furiosa onde eu li: “só podes estar parva, não?!” E respondeu-me: “estou a bater-lhe, não vês?!?!”. Respondi que “sim, vejo e também vejo que isso é um comportamento violento, que desrespeita a tua irmã e a ti. O que é que queres com esse comportamento?”

– “Quero que ela me devolva o livro já!”

– “Porque é que isso é importante para ti?”

– “Porque não é justo, mãe!! Eu só trouxe este livro e ela tem imensas coisas para se entreter!”

– “Ah! Então dizes-me que queres fazer justiça?”

– “Sim!!”

– “Ok! A mãe vai sempre apoiar-te nessa escolha! Sempre! Só que com palavras e gestos de paz, meu amor!”

O que parecia negativo tinha a intenção positiva de trazer ao campo justiça, só que o comportamento era totalmente inadequado e violento. Portanto, o trabalho é encontrar formas ecológicas para todos de satisfazer a intenção positiva, através de pensamentos, comportamentos que sirvam todo o sistema.

Por outras palavras, é mais produtivo responder à intenção do que simplesmente reagir à expressão da intenção!

As pessoas fazem as melhores escolhas que podem com os resursos aos quais conseguem aceder a cada momento

Se tivessem mais escolhas no seu mapa fariam seguramente diferente. E não tem a ver com o mapa ser bom ou mau. Tem a ver com o quão rico ou limitado é o mapa. O mapa mais rico, ou seja, aquele que tem mais escolhas, vai ter mais influência no sistema. Mais fácil é lidar com obstáculos, ser resiliente, acolher, integrar e transformar… Isto quer dizer que quanto mais rico, mais informado, mais podemos expandir a outros mapas.

A PNL diz-nos que temos no sistema, dentro de nós é à nossa volta, todos os recursos que precisamos. O que acontece muitas vezes é que os nossos filtros podem estar digamos que “embaciados” e afectar a visão do nosso mapa.

Quanto mais formas temos de perceber algo, melhor a entendemos. Criamos novas prespectivas.

Para crescer e transformar é mesmo preciso expandir o mapa pessoal do mundo.

Confesso que um dos meus maiores desafios é gerir esta minha necessidade quase permanente de ampliação do meu mapa pessoal. Adoro explorar temas novos, abordagens diferentes. PNL, neurociência, neurocardiologia, Epigenética, física quântica, antropologia, geo-política… Mesmo dentro destas áreas, por exemplo da PNL, já fui aluna de inúmeros Practitioners, master practitioners e Trainers Trainings, facilitados por master Trainers de diferentes linhas, incluídos Co-criadores e developers. E aprendo sempre, mas sempre coisas absolutamente novas, que expandem imenso o meu mapa e aumentam os meus recursos. Hoje sou seguramente uma pessoa muito mais flexível, curiosa, compassiva, a olhar o mundo com mente de principiante… e é assim que guio as minhas filhas.

Se queremos mudar algo no mundo, temos mesmo de começar em nós! No mapa interior!

Falhar versus feedback

Será que entramos no registo: oh bolas, falhei outra vez!! Ou será que nos dizemos: Hummm, o que é que aprendi com isto? Qual é o meu próximo passo?

Há uma história muito ilustrativa que gosto muito de partilhar. Um inventor deu uma conferência de imprensa na sua garagem. Uma garagem recheada daquilo a que ao comum mortal pode parecer “tralha”. Objectos e objectos por todo o lado. Um dos jornalistas sorriu e perguntou-lhe: “estes são os seus falhanços??” O inventor respondeu generosamente: #NÃO! Estas são respostas a perguntas que nunca tinham sido feitas!”

Parece-me que muda completamente a nossa percepção se pensarmos que as nossas falhas são na verdade respostas a perguntas que ainda não tínhamos colocado!

A energia flui para onde colocamos a nossa atenção

Já sabemos como funciona! Quando alguém aponta para o por do sol o que vê em frente do nariz é o dedo e perde todo o quadro. Aqui a pergunta é como é que movimento a minha energia, a minha atenção, expandindo-a… Presto atenção ao trigger que dispara em mim ou amplio o espaço? Por exemplo, há muitas pessoas que têm medo de ir ao dentista. Quando lhes perguntamos o que sentem, respondem que é o som da broca ou o cheiro… e enquanto ficarem focadas no trigger, não conseguem transformar a energia. Então, podemos verificar o que mais existe no ambiente que nos traz segurança e alguma serenidade, para aí colocarmos o foco?!… Isso muda automaticamente a nossa percepção, que é como quem diz, a nossa neuroquímica, fisiologia e naturalmente a nossa realidade.

Se é possível para um, é possível para todos

Podemos ainda não saber como, podemos ter de investigar e programar novas crenças, aprender novas habilidades, transformar a nossa energia, mas assumindo sempre, no coração, que se é possível para outro ser humano, é possível para nós!!

Na NLP University California, a única universidade de PNL do mundo, com sede no berço da PNL, na University California Santa Cruz, e da qual eu sou PNL Master Trainer e a representante em Portugal, nós dizemos que PNL, NLP em inglês, significa: NOW LETS PLAY – agora vamos jogar/ brincar… É esse o convite que estendo.

1.º passo: escrever cada pressuposto num papel;

2.º passo: colocar os papéis no chão , em forma de círculo – assim tornam-se âncoras espaciais;

Estas âncoras espaciais são significativas porque nos permite mover o corpo para um espaço novo e sentir nele o pressuposto, sem que a cabeça fique presa noutros pensamentos… isto ajuda a criar uma nova ligação neural;

3.º passo: colocar no centro do círculo um papel com a palavra: problema ou desafio se preferirem. Pode ser uma questão que temos com outra pessoa, ou um desafio interno connosco próprios, até porque é sempre isso que é, um desafio interno que pode ou não manifestar-se na relação connosco e com o próximo…

4.º passo: De fora do círculo, conseguem observar todo o espaço, sem estarem associados aos pressupostos ou ao problema. É um espaço neutral, de não julgamento. E é aí que começamos. No espaço da curiosidade!

5.º passo: Agora, damos um passo para o centro do círculo. Em cima do papel problema, voltamos a vivenciar o contexto do mesmo. Conectamos com o que acontece dentro de nós. Fazemos o que em PNL chamamos de inventário ou verificação. Que emoções surgem, que sentimentos, pensamentos, que histórias me estou a contar, que sensações sinto, o que vejo, escuto, quando isto acontece… no meu corpo, na minha cabeça… notem o que acontece à respiração, aos ombros… como é que sabem que estão a sentir o que sentem?…

Esta verificação é muito importante porque é a estratégia que utilizamos para criar o problema. Isto quer dizer que podemos então, criar uma nova estratégia ecológica, livre, que nos sirva e que sirva o sistema para gerar algo totalmente novo na vida.

Quero lembrar que quando nos sentimos deprimidos isso quer dizer que estamos a viver no passado. Quando sentimos ansiedade estamos a movimentar-nos no futuro. E quando estamos em paz, estamos no presente, que na verdade é o único momento que temos e onde residem as infinitas possibilidades.

6.º passo: Agora, saímos do centro do círculo e voltamos à posição de observador, ao lugar da curiosidade. Podemos sacudir o corpo, dar saltinhos, dançar… o que for mais confortável.

7.º passo: Escolham um pressuposto dos que estão no círculo. Aquele que ressoa mais com o que estão agora a vivenciar no corpo. E vão até lá. Conectem-se com essa ideia e deixem que flua.

Se escolheram, por exemplo, A ENERGIA FLUI ONDE COLOCO A MINHA ATENÇÃO, pode ser interessante conectarem-se com um momento da vossa vida onde tenham dito a alguém, que estava a viver um desafio: “vá, vê o quadro todo, há muito mais aí para ver, ouvir, sentir, explorar… notas a diferença?!”

Deixem fluir no vosso sistema. E façam com o corpo o movimento que surge.

Voltem ao lugar do problema. Façam o gesto que trouxeram do pressuposto. Notem que novas possibilidades surgem agora.

Um passo atrás, para a posição de observador. O lugar da curiosidade. E escolhem um novo pressuposto para visitar. Vivenciem da mesma forma que o anterior. Façam o mesmo com todos os pressupostos. Notem sempre a mudança positiva e o que é agora possível.

Fico muito curiosa para saber como foi este vosso processo. Adoro saber o que ressoa desse lado, o que mais conectou com os vossos corações. E se neste processo, ainda parece que pouco se transformou, é só um começo. É o início de algo completamente novo, intencional, com significado. Generativo!

Estou muito feliz com este nosso encontro: ESSENCIAL!

Volto na próxima terça-feira, para entregar mais daquilo que acredito ser partilha de valor. Obrigada pela presença, pela abertura e curiosidade.

Até lá, e porque a inclusão é um valor importante para mim, este episódio está também disponível, em forma de artigo, no blog do meu site: www.ritaaleluia.com

Escutem, leiam, pratiquem e se sentiram que valeu a pena, partilhem com mais pessoas.

Juntos co-criamos o essencial, um admirável e intencional mundo novo!

De coração!

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8 passos que criam resiliência na criança em situação de trauma https://www.ritaaleluia.com/8-passos-criam-resiliencia-crianca-situacao-trauma/ https://www.ritaaleluia.com/8-passos-criam-resiliencia-crianca-situacao-trauma/#respond Tue, 15 Jun 2021 08:42:12 +0000 https://www.ritaaleluia.com/?p=7802 8 passos da Parentalidade Generativa que auxiliam pais e educadores a ajudar as crianças em situação de trauma, stress e ansiedade, a criar resiliência.

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Este guia de oito passos, parte da Parentalidade Generativa (PG), ajuda adultos e crianças a criarem resiliência quando vivem uma situação de dor, stress ou trauma.

Há dias escrevi um artigo onde revelo a importância da consciência da existência do trauma na infância e hoje quero destacar que: quanto mais cedo a criança aprender a importância de acolher, integrar e transcender as experiências traumáticas, libertando a quantidade gigantesca de energia criada no corpo, quando exposta a situações adversas (dor, stress, trauma), melhor!

Energia presa no corpo torna-se distúrbio físico e emocional

Esta acumulação de energia aprisionada do trauma, é precisamente o que tende a gerar situações como o transtorno de stress pós-traumático (TSPT), ansiedade, depressão, doenças auto-imunes e um vasto leque de problemas de saúde. E isto é válido para crianças, jovens, adultos… para todos os seres humanos! Aprendi-o não só cognitivamente, como (sobretudo) por experiência própria.

Das melhores coisas que podemos fazer por nós e ser exemplo para os nossos filhos e demais, é permitir que o nosso corpo liberte naturalmente essa energia, seja através do choro ou de qualquer outra resposta natural que emerge quando sentimos emoções fortes. Só assim a energia flui no seu percurso natural, sem que fique presa no corpo.

Modelos somáticos da PNL que nos ajudam

A maior parte dos modelos e práticas que utilizamos na Parentalidade Generativa são da Programação Neurolinguística (PNL), com foco na 3.ª geração. Um deles é o modelo S.C.O.R.E (Sintoma, Causa, Outcome (resultado), Recursos e Efeito). No vídeo em baixo, a mãe da PNL, Judith DeLozier e co-criadora do modelo, juntamente com Robert Dilts, fala-nos de dois aspectos particulares desta dança.

O que gera trauma e como

O stress, a dor física e emocional, trauma e outras experiências adversas fazem parte da vida. Existem infinitas causas possíveis, sendo que um trauma pode decorrer em consequência de um evento emocionalmente forte que não foi ultrapassado, ficou preso no corpo ou até de algo que deveria acontecer e não aconteceu. Por exemplo, quando uma criança não encontra na família o porto seguro, a empatia e generosidade necessárias para aprender a conectar-se com quem é e com os demais. Os adultos podem e devem guiar as crianças no sentido de as manter seguras, de forma a que desenvolvam resiliência e acedam aos seus recursos internos para recuperar perante as adversidades.

O que é a RESILIÊNCIA

Antes de avançar para os oitos passos propostos pela Parentalidade Generativa – assentes em muito do trabalho somático de Judith DeLozier e do Dr. Peter Levine – para a criação de resiliência, quero mesmo esclarecer o que entendemos pela mesma:

É a capacidade que todos temos de voltar a casa (ao centro), de recuperar do stress, sentimentos de medo, insegurança e outras emoções adversas.

1. Investigar os movimentos que acontecem no corpo (do adulto que está com a criança)

As crianças sentem a energia (somos energia, somos campo). Nós também. É por isso importante que sintamos primeiro quais os movimentos que emergem no nosso corpo e observar, numa escala de 0 a 10, qual a intensidade do medo, preocupação que nos habita, colocando o foco no presente, respirando profundamente.

2. Avaliar a situação

Se a criança demonstrar sinais de ansiedade ou choque, por exemplo: respiração superficial, confusão, desorientação, olhos vidrados ou se apresentar uma reacção emocional excessiva, é importante transmitir-lhe uma mensagem que a tranquilize, de segurança, com uma tonalidade suave, empática, clara, confiante… de que estamos juntos e seguros.

3. À medida que o choque passa, orientar a atenção da criança para as sensações no próprio corpo

Ao sair do estado de choque, a respiração tende a voltar ao normal, o rosto recupera a sua cor habitual, os olhos voltam a focar. Nessa altura é importante direccionar a atenção da criança para os sentimentos e movimentos que emergem no seu próprio corpo. Perguntar à criança – depois de observar onde é que ela coloca as mãos no seu corpo:– Como te sentes na barriga, no coração, no peito (ou noutra área do corpo que tenha observado)?

Pedindo à criança para descrever ou dançar (é ok fazer só o gesto) o movimento dessa sensação. Pode ser que sinta borboletas, há crianças que sentem chamas ou até pedras…

As sensações físicas no corpo, provocadas pelo trauma, geram um aumento de energia que cria, quase sempre, desconforto e dor. Portanto, reconhecer e perceber em que área no corpo está situada, quais são os sentimentos e as emoções associadas, é o início do importante processo de libertação dessa energia.

4. Desacelerar e seguir o ritmo da criança, observando com curiosidade as mudanças

Cuidar da criança desde um estado de centramento, presença, desde e com o coração, de forma amorosa e paciente. Com curiosidade, sem julgamentos. E isto é essencial, para auxiliar no processo de movimentação e libertação da energia presa no corpo da criança.

5. Continuar a validar as respostas físicas da criança

Vários estudos demonstram que a reação natural de chorar e tremer após uma experiência assustadora (como um acidente, por exemplo) é o que permite as crianças recuperarem a longo prazo. Por isso, ajudá-las, passa por permitir que expressem livremente as suas emoções.

6. Confiar na capacidade inata de cura da criança

Centrados, em consciência, só temos que confiar que a criança é um santuário de amor e cura. A nossa responsabilidade é a de ficar presente com ela, em vez de distraí-la do que está a vivenciar.

7. Incentivar a criança a descansar

Depois de libertar a energia, através das lágrimas, tremores, dança dos movimentos…. é importante descansar e dormir. Através do relaxamento dá-se o retorno à harmonia. Dormir e descansar é parte deste importante processo de cura.

8. Atender às respostas emocionais da criança ajudando-a a entender o que aconteceu

Depois da criança ter descansado, quando já estiver calma, é um bom momento para a incentivar a partilhar a experiência. Dependendo da idade e dos sistemas de representação preferidos (visual, auditivo, cinestésico) podemos pedir-lhes que façam um desenho, contem uma história ou até, que façam um teatro…

É importante que as crianças percebam que os sentimentos que as estão a habitar, como vergonha, medo, raiva, preocupação, constrangimento e outras emoções dolorosas são normais. Podemos partilhar com elas que já passamos por situações e sentimentos semelhantes. Pode acontecer que ao fazer a partilha, os sentimentos intensos apareçam novamente. Se acontecer, repetimos os passos anteriores, permitindo a libertação de energia ainda contida, sempre na presença de uma mãe, pai (de um adulto) empático.

Duas perguntas que faço nas minha sessões

A narrativa do corpo dispensa palavras. Ela é suficiente e fundamental porque não pode enganar, emerge do inconsciente:

  • Em que parte do corpo sente isso?
  • O que acontece quando presta atenção a essa parte do corpo?

Livros que ajudam a compreender e tratar o trauma

Hoje recomendo apenas um livro nesta área (dos mais de 15 que tenho) e cuja leitura recomendo vivamente, é: How the body releases trauma and restores goodness, Levine, P. (2010). In an unspoken voice:. Berkeley, CA: North Atlantic Books

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A consciência do Trauma na Parentalidade & Educação https://www.ritaaleluia.com/consciencia-trauma-parentalidade-educacao/ https://www.ritaaleluia.com/consciencia-trauma-parentalidade-educacao/#respond Wed, 09 Jun 2021 17:20:41 +0000 https://www.ritaaleluia.com/?p=7749 A consciência do Trauma na Parentalidade & Educação é a forma mais rápida de curar e prevenir dor e sofrimento desnecessário. E é por isso que é um tema da Parentalidade Generativa.

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Hoje recupero uma newsletter antiga, reeditada agora e inspirada na The Wisdom of Trauma Talks on Trauma Series que ontem teve início, com o Dr. Gabor Maté. (de quem fui aluna e costumo dizer, serei sempre) para vos falar de trauma na parentalidade & educação – do que é, como se manifesta – com a intenção de elevar ainda mais consciências para a sua existência, e para o facto de que não só é possível prevenir, como curar. Esta consciência permite curar as famílias e prevenir dor e sofrimento desnecessários, nas mesmas e já sabemos que as famílias são o microcosmo do mundo! Portanto, transformar uma família é transformar o mundo! Há esperança! Como diz Gabor Maté, “tudo é possível!”

Quantas vezes paramos para observar o movimento que emerge no nosso corpo (mente somática)? E para investigar a verdadeira causa do desconforto, sobretudo quando é frequente? Ou a causa da adição (que é um sintoma) que temos e pode ser qualquer uma, passar demasiadas horas nas redes sociais, comer excesso de doces, necessidade exagerada de sexo, pornografia, de limpeza, álcool, horas a fio em exercício físico…?

Todas elas são expressões de traumas, a grande parte congelados na 1.ª infância. Partes nossas que continuam por ser vistas, reconhecidas, acolhidas e transcendidas.

Mas afinal, o que é um trauma?

Existem várias descrições. Na Parentalidade Generativa estão presentes as de Gabor Maté e do Dr. Peter Levine (continuo a assistir às suas aulas on-line), e cujos ensinamentos são parte da certificação Practitioner em Trauma & Resiliência, do HeartMath Institute (a qual frequentei). O trabalho de ambos conecta com o que a Programação Neurolinguística (PNL), sobretudo Judith DeLozier (a mãe da PNL e responsável pela introdução da mente somática neste campo), nos diz relativamente ao tema, desde há pelo menos 40 anos.

“Trauma não é o que nos acontece. É o que acontece dentro de nós, como resultado do que nos aconteceu.”
Gabor Maté

“Trauma não é o que nos acontece, mas o que guardamos dentro de nós, na ausência de uma testemunha empática.”
Dr. Peter Levine

Em consequência, o que acontece é que nos desconectamos das nossas emoções e do corpo. Temos dificuldade em estar presente no aqui e agora e desenvolvemos uma imagem negativa de nós próprios, do nosso mundo. Começamos a defender-nos dos que nos rodeiam, mesmo quando nos querem bem.

Um trauma pode surgir de eventos que aconteceram e não deviam ter acontecido ou quando coisas boas que deveriam ter acontecido e não aconteceram. E pode também passar de geração em geração – trauma geracional (como vos explico no meu último livro “Gurus de Palmo e Meio” – até que alguém tenha a coragem de o curar.

Qual o maior desafio de um trauma?

Não é apenas reconhecer o que aconteceu no passado, até porque muitas vezes, é totalmente desconhecido, mas sobretudo, reconhecer as suas manifestações no presente e manifestam-se no corpo, é lá que estão armazenadas.

Como é possível uma criança ser traumatizada?

Para Gabor Maté, existem particularmente duas formas:

Uma é a criança ser vítima de violência familiar – agressões físicas, verbais, castigos, negligência… Outra é ao não ver as suas necessidades atendidas – conexão, amor, compreensão, não ser vista, reconhecida e aceite por quem é, em vez de quem gostariam que ela fosse.

Parece-me muito claro que podemos fazer diferente do que tem vindo a ser perpetuado desde há séculos. É mesmo essa a proposta da Parentalidade Generativa e é por isso que vamos continuar a trazer luz a este tema, numa comunidade global, alargada e generativa, em prol de algo maior.

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A energia transformadora dos arquétipos na parentalidade e na vida https://www.ritaaleluia.com/energia-transformadora-arquetipos-parentalidade-vida/ https://www.ritaaleluia.com/energia-transformadora-arquetipos-parentalidade-vida/#respond Wed, 09 Jun 2021 09:15:30 +0000 https://www.ritaaleluia.com/?p=7741 Introduzidos na PNL por Judith DeLozier, na década de 80, os arquétipos são parte da Parentalidade Generativa. Dançamo-los, integramo-los e transcendemo-los. É assim na nossa Viagem do Herói.

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“A viagem do herói exige que encontremos o que em nós é único, a nossa singularidade. E não podemos simplesmente encontrá-la sem a solidão suficiente para descobrir quem somos. No nosso caminho somos auxiliados por guias internos, ou arquétipos, cada um exemplifica uma forma de estar no caminho… Cada um tem uma lição para nos ensinar e preside a uma etapa diferente do nosso desenvolvimento.”
Carol Pearson

Desde a década de 80 que os arquétipos são parte oficial da Programação Neurolinguística (PNL). Introduzidos por Judith DeLozier (Judy) a mãe da PNL e pioneira mundial em sintaxe somática integram a Parentalidade Generativa (PG). Eles manifestam a energia inconsciente e estão presentes na natureza e na natureza de cada ser humano.

O psiquiatra Carl Jung e os seus sucessores descobriram que, no nível do inconsciente profundo, a psique de cada pessoa está conectada com o Inconsciente Colectivo, ao qual todos temos acesso. Este, por sua vez, agrega padrões intuitivos e configurações de energia (arquétipos) que se supõe herdadas de geração em geração e que se manifestam no corpo. São precisamente estes arquétipos a base dos sentimentos, pensamentos, comportamentos e experiências humanas mais comuns. Nesta Viagem do Herói (e são tantas ao longo da vida) dançamos e vencemos os nossos dragões, encontramos os nossos tesouros, a nossa identidade e voltamos para partilha-los com a comunidade.

Em quem me estou a tornar?
Quem é que o mundo pede que me torne?

Estas são as duas perguntas latentes na Viagem do Herói! Os recursos arquetípicos vivem em cada um de nós e podem ser despertados, desenvolvidos, chamados em vários estágios, contextos e idades. Entretanto, embora os arquétipos sejam predisposições universais e inatas, vão manifestar-se de forma distinta em cada pessoa, porque são filtrados através da nossa cultura e experiências pessoais.

Há centenas de arquétipos de autores diferentes. Nós utilizamos, sobretudo, os de Joseph Campbell, Stephen Gilligan, Carol Pearson e muito em especial, as posturas de Virgínia Satir. Judy costuma dizer que as próprias emoções contêm a energia dos arquétipos e “à medida que emergem no corpo, acordam algo em nós mesmos”. Mas diz mais👇🏻

Nós somos energia e o corpo é um Sistema de Representação, não cria e organiza apenas as emoções, ele é sábio! Codifica, descodifica, aprende, tem memória e oferece-nos, através dos seus movimentos, tantas pistas na sua estrutura superficial, como a linguagem na sintaxe linguística, ou até nas perguntas do Meta Modelo. Quando nos permitimos associar aos nossos movimentos naturais, as posturas dos arquétipos, é o início de uma profunda e transformadora viagem (e é por isso que eles estão presentes tanto na certificação internacional PNL Practitioner em Parentalidade Generativa quanto na do PNL Master Practitioner – prestes a chegar a Portugal! Ambas certificações NLP University California.

E é através da dança entre luz e sombra de cada arquétipo que descobrimos dons únicos e os colocamos ao serviço de algo maior, em congruência e coerência.

A Dança do Dragão

Partilho agora os arquétipos descritos por Carol Pearson, utilizados na Dança do Dragão, co-criada por Judith DeLozier e Robert Dilts que nos auxiliam a identificar as etapas chaves do nosso desenvolvimento, da nossa viagem pessoal. O lado luz de cada posições arquétipas, determina os recursos e as soluções necessários às etapas de transição da nossa vida.

Os arquétipos de Carol Pearson

A investigação desenrola-se ao redor do arquétipo do dragão que representa algo importante, misterioso e potencialmente perigoso. Alguns dragões no caminho da nossa existência humana, estão relacionados com a nossa adolescência, uma mudança profissional, até com a menopausa, doença, perda, a morte ou qualquer outra transição essencial da nossa vida.

Cada arquétipo deve ser acolhido na totalidade e possui luz e sombra. Como dizia Gregory Batesontudo em si contém o seu oposto.

O INOCENTE

Vive num Eden ou na serenidade da vida, num cenário onde o dragão não existe e todas as necessidades são preenchidas numa atmosfera de amor. Para os inocentes, o mundo existe para a sua satisfação. É um estado natural na criança e é uma negação da realidade no adulto. Ainda há adultos que não assumiram responsabilidade pessoal e que acreditam que os seus pais, cônjuges, amigos e organizações onde trabalham deveriam contribuir para tornar a sua vida paradisíaca. O inocente não é um arquétipo heróico, já que nada nos é exigido no paraíso, é antes, um arquétipo pré-heróico.

O ÓRFÃO

Deve enfrentar a realidade da queda. Há uma procura incessante por segurança. O órfão receia ser explorado e abandonado. Idealista, nega a existência do dragão (a impotência) ou procura ter a certeza de que ele não o encontrará. A sensação de impotência dá-lhe um vivo desejo de voltar à inocência original. Sente-se vítima e obrigado a crescer num ambiente hostil sem ter força, nem capacidade. Procura uma hierarquia benevolente (proprietário, conselheiro espiritual…) que tomará conta de si. Não controla as suas emoções e estas são muitas vezes paralisantes. A evasão (adições, trabalho…) são as formas que encontra para enfrentar a condição humana. A cultura programa as suas necessidades. Está sempre à espera de validação externa. Sente-se pobre, procura um trabalho fácil. O seu caminho é sair da inocência e vencer a negação da realidade para saber que sofrimento, dor, escassez e morte fazem, inevitavelmente, parte da vida.

O MÁRTIR

Aprende a dar, em comprometer-se e acredita que tem que sacrificar-se em prol dos outros. Quer resolver o conflito entre a procura do bem (bondade, generosidade, responsabilidade) e a fuga do mal e os seus piores medos – o egoísmo e a exploração). Perseguido pelo dragão (o sofrimento), procura aliviá-lo sacrificando-se para salvar os outros. Oferece o seu sofrimento porque é transformador. As suas emoções são escondidas para não ferir os demais. Acredita que o trabalho deve ser duro e desagradável e ao serviço dos outros. Vê mais virtude na doação e na pobreza do que na recepção dos bens. O caminho do Mártir é ser capaz de cuidar dos outros, de oferecer em liberdade e sem medo.

O GUERREIRO

Aprende a lutar para defender-se e molda o mundo à sua imagem. É forte e influencia o mundo ao seu redor, evita a fraqueza, a ineficácia e a passividade. Quer alterar o seu ambiente para que este se adapte às suas necessidades e aos seus valores. Utiliza a força da disciplina, a vontade e a luta. Reivindica direitos, seus e dos outros. Enfrenta o dragão (o medo) para matá-lo. Corajoso, luta pelo que crê e pelo que quer, apesar dos riscos. Aprende com a competição o gosto pelo sucesso. Molda os outros para ter êxito. Domina ou restringe as suas emoções para ter mais domínio. Trabalha muito para ter êxito e enriquecer, sabendo usar o sistema a seu favor. O seu caminho é ter mais segurança, confiança, coragem e respeito por si e pelos outros.

O MENDIGO

Com a intenção de se reencontrar sozinho. O Mendigo procura a independência, a autonomia, uma vocação e teme o conformismo. Para fugir do dragão (a solidão) que se identifica, vai deixar uma situação opressiva e partir sozinho ao encontro do desconhecido. A vida é uma aventura no mundo e no interior dele mesmo. É anti-normas conformistas e é assim que forma a sua identidade. Sente-se um estrangeiro, gosta de explorar novas ideias, novos mapas, de agir sozinho e assumir só e estoicamente as suas emoções. Procura a sua vocação ou um trabalho individual. É auto-didata e está pronto a sacrificar dinheiro para manter a sua independência. O seu caminho é o de enfrentar o medo e escolher ser ele mesmo, descobrindo quem é e o que quer para realizar a sua vocação.

O MÁGICO

Aprende a mover-se com a energia do Universo. O mágico, também conhecido por Xaman, procura a autenticidade, o equilíbrio com as energias do Universo, e atrair o que tem necessidade de acordo com as leis da sincronicidade. Teme a falta de profundidade, a alienação dele e do outro, a falta de centro. O mundo externo é o reflexo do mundo interno. Aceita e integra o dragão (a sombra ou uma parte não desenvolvida) para o trazer à consciência e transformá-lo. Percebe a vida mais como um processo e excede a noção estática de bem e do mal. Aprende para seu prazer ou em grupo. Quer relações equitativas e aprecia a diferença. Autoriza-se a exprimir as suas emoções e utiliza as suas mensagens.

Trabalha de acordo com a sua verdadeira vocação, sente-se rico com pouco ou muito e sem acumular, confiando que as suas futuras necessidades serão satisfeitas. O seu caminho é o de viver a alegria, abundância, a fé, a fidelidade à sua sabedoria interna.

Cada arquétipo projecta o seu modelo do mundo sobre os outros e sobre o seu ambiente. Influenciados pela energia de um arquétipo específico, podemos tender a ter pena da crueldade dos outro, do seu conformismo, da sua fraqueza, do seu egoísmo ou da falta de profundidade. E é assim que nascem tantos conflitos. Para o Mártir, a independência do Mendigo assemelha-se frequentemente ao egoísmo ao qual ele tem horror. Já o Guerreiro pode parecer insensível ao Órfão. A forma de estar e ser do Mágico que acredita que qualquer acção é justificada quando é autêntica pode ser vista como inadaptabilidade.

Como lembrava Campbell a mitologia diz-nos que aquilo que parece mais desafiante e no que tropeçamos é onde reside o nosso tesouro. . . . Onde parece mais desafiante é onde está o maior convite para descobrirmos poderes maiores e mais profundos em nós mesmos. E onde o poder de responder é bem-sucedido, surge uma nova amplificação da vida e da consciência.”

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Em Portugal o PNL Master Practitioner & Coaching NLP University https://www.ritaaleluia.com/em-portugal-pnl-master-practitioner-coaching-nlp-university/ https://www.ritaaleluia.com/em-portugal-pnl-master-practitioner-coaching-nlp-university/#respond Thu, 03 Jun 2021 23:38:33 +0000 https://www.ritaaleluia.com/?p=7717 O PNL Master Practitioner & Coaching, da NLP University California, está finalmente em Portugal, com a PNL Master Trainer e criadora da Parentalidade Generativa, Rita Aleluia.

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A primeira vez que fui a Santa Cruz, na California, para estudar na NLP University (NLP U) – University California SC – foi em 2016 para fazer o meu PNL Trainers Training. 6 anos depois de concluir o meu primeiro PNL Master Practitioner. Aluguei o carro no aeroporto de São Francisco e fui à aventura num trajecto absolutamente maravilhoso entre uma costa de praias a fazer lembrar a nossa Costa Viventina e floresta de sequoias incríveis. Aproveitei logo para conhecer Stanford – a 20 minutos da NLP U antes de chegar à UCSC. Na altura estava longe de imaginar que esta passaria a ser a minha casa profissional (e não só) e que regressaria quatro anos consecutivos (até a pandemia global nos trocar as voltas às deslocações físicas).

O campus da Universidade da Califórnia em Santa Cruz (UCSC) é o maior dos EUA, e é também um lugar mágico. São mais de 300 acres de floresta de sequoias com vista para a baía de Monterey, com veados, esquilos, racoons, linces, coelhos… a passearem livremente, uns mais perto de nós que outros. A universidade optou por colocar poucas placas informativas e cada edifício, das faculdades, tem o nome de pessoas que contribuíram para o campo. A intenção é a de promover o diálogo entre quem se cruza e criar uma interação entre disciplinas.

Curiosamente, o facto dos edifícios terem nomes “neutros” acabou com possíveis resistências entre alunos de diferentes cursos, promovendo a unidade e a cooperação, promovendo a holonarquia. E foi neste espírito que nasceu a Programação Neurolinguística (PNL) em 1970.

‘Criar um mundo ao qual as pessoas querem pertencer’

A missão da NLP University, fundada por Robert Dilts e Todd Epstein é a de ‘criar um mundo ao qual as pessoas querem pertencer’. E é uma missão viva, vivenciada por todos aqueles que estudam na NLP U, é sobretudo notório para os que se deslocam nos verões à UCSC e para os que estudam com PNL Master Trainers que continuam a viajar para este lugar de amor, generosidade e conhecimento, para aprender e ensinar os últimos avanços da PNL.

NLP U PNL Master Practitioner & Coaching avança em Portugal

Em 2019 a minha vida profissional e pessoal voltou a receber um upgrade. Recebi em Londres o NLP Award in Education, fui convidada para ser a embaixadora para Portugal da ANLP (The International Association for NLP) e aceitei, terminei o meu PNL Master Training, assinei contrato como autora exclusiva 20|20 Editora https://2020.pt/autores/rita-aleluia/ foi publicado o meu último livro ‘Gurus de Palmo e Meio’ e trouxe a NLP University California para Portugal.

Ao longos dos últimos dois anos certificamos dezenas de PNL Practitioners em Parentalidade Generativa (PG) e criamos a Aldeia Generativa (uma comunidade global que apoia o despertar e desenvolvimento humano & espiritual das famílias e comunidades). Estes alunos, de diversas áreas profissionais, aprenderam o PNL Practitioner associado à Parentalidade Generativa e é por isso que alguns, escolheram também ser e actuar enquanto Consultores em Parentalidade Generativa. Um dois em um que em muito contribui para co-criar o mundo ao qual as pessoas querem pertencer. Alguns deles vão estar em 2022 presentes com os seus projectos, nas principais conferências globais de PNL. É uma alegria imensa!!

Não ficamos por aqui! É hora de seguir caminho e continuar a apoiar todos os que em nós confiam e se revêm. É hora de continuar a guiar quem quer de facto, trazer a sua luz ao mundo e ser a diferença que faz a diferença, em ecologia, coerência, congruência e totalidade. Em Janeiro próximo avança a edição do PNL Master Practitioner, facilitado por mim e com PNL Master Trainers – de várias nacionalidades – convidados, que nos trazerem mapas que acrescentam, e muito!

Programa do PNL Master Practitioner & Coaching

É mesmo muito rico o programa do PNL Master Practitioner! Inclui uma série de práticas, modelos e ferramentas criadas por Robert Dilts, presente no campo desde o início e reconhecido como um dos principais co-developers globais da PNL moderna, de quem tenho o privilégio de ser amiga e companheira de caminho na PNL. A sua humanidade, humildade e generosidade são de uma grandeza que se manifesta em tudo o que faz em todos com quem se cruza. Algumas das suas principais contribuições, presentes neste programa, são:

The Meta Mirror, Logical Levels, Disney Process, Reimprinting, The Hero’s Journey, Sleight of Mouth e o Tetra Lemma. O Robert foi ainda um dos principais developers das pistas de acesso oculares e outros modelos fundamentais no início da criação da PNL, na criação da PNL Sistémica (Generativa), no Coaching Generativo, da Consultoria Generativa, do Success Factor Modeling (SFM), autor de 25 livros e muito mais.

Além de Robert, temos a contribuição da nossa querida ‘mãe’ da PNL. Judith DeLozier também conhecida como Judy e que está na PNL desde o tempo em que esta se chamava META. Judy é a criadora do Reenquadramento em 6 Passos (R6P), das Posições Perceptivas ao lado do seu marido (na altura) John Grinder (co-criador da PNL), criou ainda o Dancing SCORE e a Sintax Somática. Judy é também uma mãe para mim, uma amiga muito especial e madrinha da Parentalidade Generativa.

Programa

  • The Hero’s Journey – transformou a minha vida, literalmente
  • Re-Imprinting
  • The Belief Change Cycle
  • Somatic Syntax
  • The Dancing SCORE
  • Sleight of Mouth
  • The SCORE Model
  • The SOAR Model
  • The Tetra Lemma
  • Meta Mirror

E muito mais!

Ser parte da NLP University desde Portugal

Santa Cruz e a Bay Area (a famosa Silicon Valley) são o berço de grande parte da psicologia moderna, humanista e da PNL, que começou a ser criada há 50 anos. Sabemos que do ponto de vista financeiro, para muitos, é desafiante ir estudar na UCSC, além de que exige uma viagem longa, de pelo menos três semanas de ausência do país… Assim, esta é a oportunidade perfeita para aprender na NLP University, no conforto e segurança de Portugal. E em 2023 já podem fazer as malas e vamos todos até à UCSC para fazerem o vosso NLP Trainers Training!

Vamos continuar a acolher, integrar, transcender e a brilhar juntos!

Com amor e alegria,

Rita

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A Enciclopédia da Programação Neurolinguística (PNL) acessível a todos https://www.ritaaleluia.com/enciclopedia-pnl-acessivel-todos/ https://www.ritaaleluia.com/enciclopedia-pnl-acessivel-todos/#respond Wed, 19 Feb 2020 18:24:46 +0000 https://www.ritaaleluia.com/?p=5334 A Enciclopédia da Programação Neurolinguística contempla as três gerações da PNL, foi escrita por Robert Dilts e Judith DeLozier e está acessível a todos, gratuitamente.

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Levou quatro anos a ser escrita, tem 1603 páginas, definições e conceitos de Programação Neurolinguística (PNL), as técnicas e modelos fundamentais, as práticas para o dia-a-dia, exercícios e actividades, exemplos, disciplinas relacionadas com a PNL, questionários, e muito mais, e é a Enciclopédia da Programação Neurolinguística (PNL).

Foi escrita por Judith DeLozier e Robert Dilts, é transversalmente aceite no mundo da PNL e está ao alcance de todos. Na NLP University (NLPU) acreditamos no poder da partilha de conhecimento, só assim é possível crescer em comunidade, criando impacto social, de forma sustentada e consciente.

Também sabemos que nem todas as pessoas com a intenção e objectivo de estudar e profissionalizar-se com PNL, têm recursos económicos que o permitam fazer num primeiro momento, e é por isso que a Enciclopédia da PNL está disponível gratuitamente (em formato digital). Podes consultar, diariamente, até 25 páginas, o que de resto, acredito ser suficiente para quem está mesmo a estudar e a praticar PNL sistémica, a colocá-la nos músculos e no coração. Há que praticar, praticar, praticar. A outra opção é a de adquirires a obra, em formato físico.

Computador, enciclopédia PNL e prémio PNL 2019 para educação sobre secretária

As três gerações da Programação Neurolinguística presentes na Enciclopédia da PNL

A Enciclopédia da Programação Neurolinguística contempla as três gerações da PNL. Segundo Judith DeLozier, “todas as novas gerações englobam as anteriores, o que muda é apenas o foco da atenção”. “A primeira geração é considerada mais cognitiva, com o foco nas submodalidades, sistemas de representação, estratégias, padrões de linguagem, sempre a partir da perspectiva Meta e em como eram representados os eventos em termos mentais” lembra Judith. E continua, “a segunda geração da PNL, traz-nos o Novo Código, desenvolvido por John Grinder e por mim, integra a primeira geração, transcende e leva-nos além do cognitivo, ao espaço entre o evento e o que acontece na pessoa.” A mãe da PNL diz que foi desta forma que “o campo da relação começou a ser considerado na PNL, assim como a qualidade das relações, com espaço para que as posições perceptivas emergissem.” E foi também nesta altura que, através do contributo de Robert Dilts, a PNL apostou na investigação e trabalho de crenças e valores, “sobretudo ao nível da identidade, quem sou eu, quais sãos os meus sonhos, visão…”, recorda Judith. A terceira geração, hoje já suportada pelas evidências da neurociência, revelou a existência e o impacto directo e imediato dos sistemas alargados. “O ‘field’ e o mundo. O ‘field’ descrito pelos físicos, é um campo electromagnético entre dois sistemas, ambos vivos e ambos a criar energia… todas as pessoas numa sala são energia de vários tipos, a conexão e ressonância numa relação entre as pessoas, cria um ‘field’ especiíico”, explica. A terceira geração é assim uma descrição energética da PNL, a geração em que emerge e assenta a Parentalidade Generativa.

E que interessante é percebermos, conscientemente, o quão generativas ou degenerativas podem ser as relações que escolhemos criar e abraçar nas nossas vidas. O convite que te deixo é que te perguntes, com humildade e verdade:

“O que quero ver acontecer mais neste mundo?”

Com a resposta, que brota do alinhamento entre o teu coração e a tua alma, corre, o mundo espera pelo teu exemplo!

Obrigada pelo teu contributo.

Com amor,

Rita

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Dicas de Judith DeLozier para educar com Programação Neurolinguística (PNL) https://www.ritaaleluia.com/dicas-judith-delozier-educar-programacao-neurolinguistica-pnl/ https://www.ritaaleluia.com/dicas-judith-delozier-educar-programacao-neurolinguistica-pnl/#respond Thu, 06 Feb 2020 23:51:05 +0000 https://www.ritaaleluia.com/?p=5245 Algumas dicas de Judith DeLozier, a mãe da Programação Neurolinguística (PNL), para educar com PNL, numa conversa com Rita Aleluia, na NLP University California.

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Judith DeLozier, aquela que é considerada a mãe da Programação Neurolinguística (PNL) garante que é possível educar apenas quando praticamos o que ensinamos, ou seja, quando colocamos nos músculos e no coração a PNL. Com uma energia e bom humor contagiantes, é assim que Judith se apresenta ao mundo. Respira uma humildade ímpar e lembra que está na hora de passar a pasta à nova geração da PNL que “tem tanto ou mais para dar que eu”, garante.

“Não ensinem às crianças o que pensar, mas como pensar e se elas aprenderem como pensar, estarão então, em condições de aprender qualquer outra coisa.”
Judith DeLozier

Conhecemo-nos, pessoalmente, na Universidade da Califórnia Santa Cruz (UCSC), na NLP University, em 2016. Desde então, todos os anos nos encontramos, seja em contexto de formação, palestras, ou apenas para conversarmos. Em Maio de 2019, tivemos a alegria de termos recebido, na mesma noite um NLP Award. A Judith na categoria Lifetime Contribution e eu, na categoria Education. Judith é, além de minha amiga, minha mentora e uma guia na Parentalidade com PNL & Generativa.

Chega pontualmente aos compromissos e apresenta-se a cada pessoa conhecida ou não, com dois beijinhos. A inspiradora mãe e avó, bailarina e antropóloga, não pratica meditações tradicionais, “a minha energia não permite”, diz com uma gargalhada. Prefere fazer caminhadas diárias, enquanto passeia os seus cães e diz que “num passo estou aqui, dois passos estou ausente e volto em seguida com mais um passo ao agora”. Não é vegetariana, come de tudo, com moderação, ingere muitos líquidos ao longo do dia, sobretudo água. Quanto à metáfora que a define, não tem dúvidas: “sou como um tornado!” Com imensa energia à sua volta e uma paz imensa no centro.

“As crianças são muito cinestésicas, não aprendem a ouvir, mas sim, a fazer. Nenhuma criança ficaria para trás nos objetivos programáticos se tivéssemos melhores estratégias para lidar com todos os sistemas de representação.”

Quando lhe pergunto como vê a PNL aplicada à educação, Judith é incisiva na resposta: “Penso que a PNL já devia estar mais presente na educação. Há até algumas faculdades a ensiná-la como curso universitário, como as universidades da cidade do México e a de Xangai. A PNL está a entrar na educação e no ensino enquanto objecto de estudo, mas é também uma óptima ferramenta para alavancar o próprio sistema de ensino, e é por isso que eu gostava de a ver mais presente na educação”, diz.

Quanto a educar as nossas crianças, a equação é simples:

“Não ensinem às crianças o que pensar, mas como pensar e se elas aprenderem como pensar, estão então em condições de aprender qualquer outra coisa.”
Judith DeLozier

Judith nutre um carinho imenso por todas as mães. “Amo a Mãe que te trouxe ao mundo e amo a sua Mãe que a trouxe ao mundo e a todos os batimentos cardíacos que são necessários para percorrer todo o caminho de volta lá para trás até à grande Mãe que nos alimenta: a Pachamama”. “Esta é a minha mensagem. Eu amo-vos Mães, qualquer que seja o significado desta palavra!”, assume.

E é precisamente às mães que lança uma pergunta desafiadora: “Que legado é que eu quero deixar quando partir?”.

Judith lembra que  “pensar no que é que eu estou a ensinar, o que é que eu estou a transmitir, pensar no tipo de modelo que sou, no tipo de modelo que gostaria de ser”, auxilia-nos a parar e a reflectir, a identificarmos onde podemos ser melhores e como podemos contribuir para um ambiente saudável ao nosso redor. Sempre sem julgamento, fazendo todos o melhor que podemos e que sabemos, a cada momento.”

Em Agosto de 2019, na UCSC, durante o Master Training de PNL, tivemos a oportunidade de voltar a conversar sobre este tema e a importância de uma vida com significado, num sistema onde e para o qual, todos contribuem.

Judith, coloca a mão no coração e diz, “se não podemos curar com a nossa presença, não seremos capazes de o fazer com as nossas palavras”. Concordo, em grau, género e número.

E tu, como queres que os teus filhos, netos e bisnetos te recordem?…

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