Igualdade de Género • Rita Aleluia https://www.ritaaleluia.com/tag/igualdade-de-genero/ Awakening People Wed, 13 Jun 2018 15:01:56 +0000 pt-PT hourly 1 https://www.ritaaleluia.com/wp-content/uploads/2020/11/cropped-favicon-2020-32x32.png Igualdade de Género • Rita Aleluia https://www.ritaaleluia.com/tag/igualdade-de-genero/ 32 32 Feminismo e Educação no século XXI não faz sentido… ou talvez faça https://www.ritaaleluia.com/feminismo-educacao-seculo-xxi/ https://www.ritaaleluia.com/feminismo-educacao-seculo-xxi/#respond Wed, 07 Mar 2018 21:43:35 +0000 http://www.ritaaleluia.com/?p=2528 Quando te disse que Feminismo e Educação no século XXI não faz sentido… ou talvez faça, é porque acredito que o Feminismo é sobre Direitos Humanos, Direitos das Mulheres, Direitos das Crianças, Direitos dos Homens, Direitos do Heterossexuais, Direitos dos Homossexuais, Direitos do Transgénero. E acredito que é por ser um conceito tão universal, uma forma de criar paz e harmonia no mundo que continua a incomodar os que ainda vivem presos a crenças culturais e religiosas castradoras das liberdades individuais. A mudança começa em casa, partilho contigo como.

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Quando, há quase 12 anos, engravidei pela primeira vez, depois de me envolver na bênção e na alegria que é esse estado, pensei (durante quase dois meses): “Aí vem um menino tão fantástico quanto o pai dele e o meu pai!”, até que senti que algo naquela afirmação era totalmente incongruente com a minha essência, com os meus valores e intenções e dei comigo a questionar as minhas crenças inconscientes: “Feminismo e Educação no século XXI não faz sentido… ou talvez faça, Rita!”

Faz!! Faz tanto sentido! Queres ver?

Depois do que experimentei na minha primeira gravidez, comecei a investigar – também com colegas (mulheres e homens) da IAGC – o que é afinal o feminismo (algo que continua a confundir-se com a queima de soutiens). Passei a integrar o conceito nas minhas práticas diárias e ainda tenho tanto para descobrir sobre o tema que é também um dos pilares da Conscious Systems.

Em duas das minhas muitas participações em palestras e programas de televisão sobre Parentalidade e Igualdade de Género, encontrei “especialistas” (curiosamente mulheres portuguesas) que defendem que a igualdade de género nada tem a ver com Feminismo. Que “isso do Feminismo é coisa de mulheres frustradas, de esquerda e anti-família”, tal e qual o que me respondeu uma destas senhoras que tem voz nesta matéria, em Portugal. Portanto, acredito que, falar do problema é falar da solução. Ganhar consciência da urgência de transformar estes tabus pode ser um primeiro passo.

Criança a dormir junto a um peluche astronauta.
© Rita Aleluia

Acredito no Feminismo, não por ser mulher, não por ser mãe de duas Meninas, acredito no Feminismo porque é sobre Direitos Humanos, Direitos das Mulheres, Direitos das Crianças, Direitos dos Homens, Direitos do Heterossexuais, Direitos dos Homossexuais, Direitos do Transgénero. E acredito que é por ser um conceito tão universal, uma forma de criar paz e harmonia no mundo que continua a incomodar os que ainda vivem presos a crenças culturais e religiosas castradoras das liberdades individuais.

Óbvio que biologicamente, Homens e Mulheres são diferentes, nunca esteve em causa e ainda bem que assim é. A questão do Feminismo coloca-se noutras frentes.

Quando te disse que Feminismo e Educação no século XXI não faz sentido… ou talvez faça, quero lembrar-te dos discursos de políticos, vindos de Homens – líderes mundiais, visceralmente sexistas e violentos contra as Mulheres, das abismais desigualdades entre Homens e Mulheres, nas assombrosas diferenças salariais entre ambos – quando Homens e Mulheres desempenham a mesma função e detêm as mesmas competências – quando no topo dos grandes palcos políticos e empresariais são os Homens quem ocupa os lugares de cimeira, quando nos jardins-de-infância e nas escolas do primeiro ciclo continuam a ser as Mulheres em maior destaque, quando na maioria dos lares continuam a ser as mães a assumirem a gestão da família o que inclui educação dos filhos, cozinhar, lavar roupa, engomar, nos anúncios em que o Homem aparece como uma figura máscula e a Mulher frágil e dependente, em tantas histórias infantis onde a Mulher surge como submissa…

E continuo a dizer-te que Feminismo e Educação no século XXI não faz sentido… ou talvez faça porque continuam a fazer-se julgamentos altamente depreciativos em relação a Mulheres que são sexualmente abusadas, fisicamente mal tratadas, psicologicamente devastadas, seja pelos seus maridos / companheiros, por estranhos, chefias e, cada vez mais, na relação do namoro! Porque continuam a existir redes de escravatura, prostituição e tráfico de Mulheres e de Meninas … E a lista parece não ter fim.

Família no interior de um modelo de um foguetão, num centro de visita da Nasa.
© Rita Aleluia

Muito já se avançou, continuemos então, a ser o exemplo do que queremos ver no Mundo. Guiemos as nossas famílias para que a missão prossiga com sucesso, para contrariar a visão restrita das mulheres. Ao melhorarmos as condições de vida de uma mulher, estamos implicitamente, a melhorar as condições de vida de toda uma comunidade. Os reflexos são imediatos, na sua auto-estima, auto-imagem, auto-confiança, nas suas intenções e objectivos. Cabe-nos a todos, apoiar todas as mulheres, todos os homens, todas as crianças, para que reconheçam comportamentos inadmissíveis, para que se defendam e para estabeleçam os seus limites de forma saudável.

E aqui, acredito que começa em casa e na escola, na forma como educamos as nossas crianças. No Mom’s Rules – Parentalidade com PNL e Generativa exploramos muito este tema e partilho muitas das práticas que introduzimos (eu e o meu marido, sim ele também é Feminista e ficou em casa, com a nossa primeira filha, até que ela completasse os nove meses) na dinâmica da nossa família.

Feminismo e Educação andam assim de mãos-dadas

  • Em casa há partilha. O pai e a mãe partilham tarefas domésticas, questões relacionadas com a educação dos filhos, com a gestão da família. São o exemplo que querem ver nos filhos e no mundo.
  • Trabalha o teu sistema de crenças:

Homens e Mulheres podem desempenhar as mesmas funções, ocupar os mesmos cargos, independentemente da cor, religião, orientação sexual;

Meninos e Meninas podem ambos pintar as unhas, usar cabelo curto ou comprido, escolher a roupa que vestem (sem esperarem validação externa), subir às árvores, jogar futebol, fazer ballet, serem super-heróis ou brincarem com varinhas mágicas… A auto-estima agradece;

Meninos também choram, também são calmos e queridos!
(Não têm que ser sempre apelidados de campeões e super-heróis)

As Meninas não têm que estar sempre sossegadas, também são inteligentes, curiosas e criativas!
(Não têm que ser sempre adjectivadas de bonitas e queridas)

Meninos podem vestir cor-de-rosa e Meninas azul.

Homens podem casar com Homens, Mulheres podem casar com Mulheres, existe amor, existe respeito, está tudo certo.

A diferença é o que nos torna únicos!

  • Nunca obrigues uma criança a beijar ou a abraçar alguém contra a sua vontade. Se o fizeres, ela acredita que o terá de fazer ao longo de toda a vida e isto pode impossibilitá-la de defender-se em caso de tentativa de abuso, por exemplo. Educa sem palmadas, sem obrigares a cumprir ordens ou o teu filho vai acreditar que alguém, mais forte do que ele tem direitos sobre si, que ele não é dono do seu corpo, nem da sua vontade. Além disso, um dia, essa criança pode ser o elemento mais forte e vai comportar-se como tal, assumindo o direito de não respeitar o próximo. Respeita os limites pessoais dos teus filhos! Liberta-te da crença de que a criança te diz “não” só para te testar e contrariar. Quando uma criança diz “não” é mesmo a sério. Conecta-te e investiga.
  • Escuta e observa as emoções, opiniões, constatações e desejos dos teus filhos, sem julgamentos e com presença. Com limites que façam sentido a todos, com igual valor e amor incondicional.
  • As Meninas dispensam serem sempre salvas por príncipes e podem ser elas mesmas bombeiras, polícias, militares, cientistas… Dispensam pilotar sempre os fogões, preferem aviões e foguetões.
  • Conta-lhes histórias de Homens e Mulheres reais, que se notabilizaram no mundo (na vossa família, na local onde vivem) por terem respeitado os Direitos Humanos.
Criança a ler um painel informativo num centro de visita da Nasa.
© Rita Aleluia

«She believed she could, so she did.»

A minha filha mais nova, aos dois anos começou a dizer que vai ser a primeira bailarina astronauta, na NASA. Hoje, aos quatro, mantém a afirmação, acrescenta que é uma “bailarina astronauta das estrelas” e continua a vibrar e a divertir-se muitíssimo mais nas visitas e explorações que faz nos centros espaciais da NASA do que em qualquer Disneyland que visita. E sim, também gosta de vestir cor-de-rosa, usar saias de tule e gosta de princesas, só que lhes atribui competências de astronautas e cientistas.

Acredito enquanto mulher, mãe e profissional da IAGC, que podemos tornar o nosso Mundo num lugar ainda mais pacífico e harmonioso: E sabes uma coisa? Além de acreditar, sinto que faço isso, todos os dias. Convido-te a explorares algumas afirmações conscientes que podem despertar-te, ajudar-te a quebrares o preconceito e a seguires em frente, rumo ao teu propósito.

Desejo-te um dia, uma semana, uma vida, muito feliz e feminista!

O conteúdo Feminismo e Educação no século XXI não faz sentido… ou talvez faça aparece primeiro em Rita Aleluia.

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