Holonarquia • Rita Aleluia https://www.ritaaleluia.com/tag/holonarquia/ Awakening People Tue, 28 Dec 2021 19:36:06 +0000 pt-PT hourly 1 https://www.ritaaleluia.com/wp-content/uploads/2020/11/cropped-favicon-2020-32x32.png Holonarquia • Rita Aleluia https://www.ritaaleluia.com/tag/holonarquia/ 32 32 Pais, é a prática do UBUNTU que faz a diferença! https://www.ritaaleluia.com/pais-pratica-ubuntu-que-faz-diferenca/ https://www.ritaaleluia.com/pais-pratica-ubuntu-que-faz-diferenca/#respond Tue, 28 Dec 2021 18:46:17 +0000 https://www.ritaaleluia.com/?p=8601 Quando me perguntam qual é o segredo da vivência bem sucedida da Parentalidade Generativa, respondo sem pestanejar: UBUNTU! Também já colocaram nos músculos?

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A vivência do UBUNTU não é exclusiva para os pais ou para as famílias, é sim imperativo para todos quantos querem ser exemplo intencional de transformação num mundo em mudança.

Conta a história que um antropólogo propôs um jogo às crianças de uma tribo africana. Colocou uma cesta cheia de frutas perto de uma árvore e disse às crianças que a primeira a chegar ganhava todas as frutas. Quando deu o sinal de partida as crianças deram as mãos e correram juntas. A seguir sentaram-se, lado-a-lado para desfrutar o prémio. Quando o antropólogo perguntou por que correram assim, já que existia a possibilidade de haver um único vencedor, que ganharia todos os frutos, as crianças responderam: “UBUNTU! Como é que um de nós poderia sentir-se feliz sabendo que todos os outros estavam tristes?”

O que significa UBUNTU?

UBUNTU, nas culturas Zulu e Xhosa significa: “Eu sou porque nós somos.”

Desmond Tutu prémio Nobel da Paz, que faleceu há dias, lembrou-nos que UBUNTU “é a essência do ser humano. Diz-nos que a minha humanidade está presa e indissoluvelmente ligada à tua. Eu sou humano, porque eu pertenço. UBUNTU é sobre a totalidade, sobre a compaixão. Uma pessoa com UBUNTU é acolhedora, hospitaleira, generosa, disposta a compartilhar. A qualidade do UBUNTU oferece às pessoas a resiliência, permitindo sobreviver e emergir mais humanas, além de todas as condicionantes que insistem em desumanizá-las.”

Nada acontece isoladamente. Tudo o que fazemos tem consequências nas outras pessoas, comunidades e no mundo em geral.

É uma interdependência da qual não nos podemos livrar. “Eu sou, porque tu és”, um reconhecimento de que, na essência, dependemos uns dos outros, de que sem a existência do outro a nossa existência torna-se irrelevante, vazia. Influenciam-nos mutuamente, individual e colectivamente.

E por causa dessa interdependência, torna-se cada vez mais urgente vivermos intencionalmente, em consciência. É urgente cooperarmos, reconhecermos que nós e as nossas sociedades funcionam em conexão e que cada pessoa é um elemento essencial do sistema, que traz algo único para contribuir. É urgente o reconhecimento e a prática da holonarquia.

Não é à toa que é preciso uma aldeia (foi assim que nasceu a Aldeia Generativa) para educar uma criança!

Pais, famílias, educadores… é essencial ver, reconhecer e guiar os nossos filhos! Por quem eles são, na sua essência! E começa com o nosso auto-reconhecimento. Na consciência de que somos únicos, que pertencemos e merecemos! Na auto-(re)conexão. Só assim poderemos progredir. Em HUMANIDADE. Em UBUNTU!

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Famílias generativas praticam holonarquia em vez de hierarquia https://www.ritaaleluia.com/familias-generativas-praticam-holonarquia-vez-hierarquia/ https://www.ritaaleluia.com/familias-generativas-praticam-holonarquia-vez-hierarquia/#respond Thu, 09 Apr 2020 16:31:39 +0000 https://www.ritaaleluia.com/?p=5542 As famílias generativas escolhem a holonarquia em vez da hierarquia. Uma proposta da Parentalidade Generativa, que é absolutamente sistémica e assenta em igual dignidade, responsabilidade pessoal, autenticidade, congruência e inclusão.

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A parentalidade que emerge da necessidade de controlo, tende a ser autoritária, promovendo desconexão, e estando na base da cultura de obediência que, por sua vez, assenta no modelo hierárquico, ao contrário do praticado na Parentalidade Generativa, que emerge da holonarquia (já lá vamos).

O nome do meu último livro, “Gurus de Palmo e Meio”, surge por acreditar, por experiência, que os nossos filhos revelam-nos onde podemos ainda crescer, são verdadeiros mestres que permanecem (até aos sete anos, aproximadamente) próximos da sua essência (que mais não é do que energia única). Ainda não tivemos (nós, pais e educadores) tempo útil de vida para lhes instalarmos uma série de filtros (70% deles a retirarem-lhes poder pessoal). Os nossos pequenos gurus são exímios praticantes da holonarquia.

Portanto, na Parentalidade Generativa, existe conexão, de ti para contigo, para com o teu filho, com o campo e com algo maior. Ou seja, sentimos, claramente, que o que acontece a um, reflecte-se no todo e vice-versa. Esta, é uma proposta absolutamente sistémica.

Não é sobre perfeição, é sobre conexão!

As famílias generativas têm presente o legado da mãe da Terapia Familiar Sistémica, Virgínia Satir, “a vida não é o que se supõe que deveria ser. É o que é. A maneira de lidar com ela é o que faz a diferença”.

Holonarquia em acção nas famílias generativas

Um holón é algo que é simultaneamente em si próprio inteiro, ao mesmo tempo que é parte de um todo, assim como um átomo é completo e parte de uma molécula. Uma molécula também é um holón, em si completa e parte de uma célula. E uma célula é, em si inteira, parte de um tecido. Este tecido é um holón, em si completo e parte de um órgão. Um órgão é, em si completo e parte de um organismo, até ao infinito. E também o homem é parte de uma família, que é em si, parte de uma tribo ou sociedade que por sua vez, é parte de um país ou nação, inserido num planeta que é parte de um Sistema Solar, numa Galáxia. Falamos de sistemas e subsistemas. Gosto de ilustrar a holonarquia com o conceito do poeta sufi, Rumi, “não sou uma gota no oceano, sou todo o oceano numa gota.”

Duas crianças abraçam-se apertadamente, em ambiente citadino.
©️ Bárbara M. da Costa

A Parentalidade Generativa reconhece assim, que cada indivíduo do sistema, traz algo para contribuir para o todo e que essa contribuição é a diferença que faz a diferença no funcionamento global. Todos somos diferentes, únicos. Cada um percorre um caminho, tem uma história. Por isso, nas famílias generativas, deixa de haver espaço para comparações e rótulos, que rasgam feridas onde emergem sentimentos de culpa, vergonha e insuficiência.

Como praticar a holonarquia na família?

Aceita, acolhe, integra, transcende. Muda de lentes, de filtros, de prespectiva. Sim, no início pode causar calafrios na barriga (no teu cérebro entérico) e é normal, estás a sair da tua zona de conforto e pode causar medo e, num primeiro momento, tender a reconduzir-te para o modelo que conheces, o hierárquico.

Na proposta praticada pelas famílias generativas, não há um ou dois que mandam e os outros obedecem. Há diálogo. Há espaço seguro para que cada um manifeste opiniões, desejos, necessidades, emoções e o seu dom único. Sem julgamento. Com escuta. Pratica-se igual dignidade. Cada um assume responsabilidade pessoal. Existe congruência, autenticidade e inclusão. E os pais são exemplo, sabem que não é o que dizem, é sim, o que praticam.

A experiência mostra-me, cada vez mais, que quando estás realmente presente, quando te conectas emocionalmente, fisicamente e espiritualmente contigo, com o teu filho, alinhado com algo maior é com o campo, crias relações autênticas e harmoniosas.

Se nunca mais surgem conflitos? Surgem! Mas muito menos vezes, muito mais leves e com a diferença de que, quando praticas a proposta da da Parentalidade Generativa, percebes quando estás a entrar em terreno pantanoso e sabes como e para onde dirigir a embarcação e atravessar os momentos desafiantes, sem que eles vos atravessem. Basta que te (re)conectes com as intenções.

Agora, respira fundo, acede ao teu centro, ao teu coração, escuta o que eles te dizem. Está tudo certo, está tudo bem.

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