Crianças • Rita Aleluia https://www.ritaaleluia.com/tag/criancas/ Awakening People Wed, 03 Nov 2021 21:59:05 +0000 pt-PT hourly 1 https://www.ritaaleluia.com/wp-content/uploads/2020/11/cropped-favicon-2020-32x32.png Crianças • Rita Aleluia https://www.ritaaleluia.com/tag/criancas/ 32 32 Por que é que as crianças discutem e como lidar com isso https://www.ritaaleluia.com/por-que-as-criancas-discutem-como-lidar-com-isso/ https://www.ritaaleluia.com/por-que-as-criancas-discutem-como-lidar-com-isso/#respond Wed, 03 Nov 2021 21:59:05 +0000 https://www.ritaaleluia.com/?p=8331 Pergunto-me tantas vezes quando vamos deixar de focar no comportamento das crianças e começar a investigar a sua raíz, o que causa o comportamento, a mensagem que ele nos traz e que é expressa de forma (considerada pela maioria) inadequada como é o caso das discussões, birras e afins… Só assim saberemos como lidar com isso! E este, pode ser um bom livro para ler, reflectir e experimentar, porque nos ajuda particularmente, a lidar com o tema.

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Pergunto-me muitas vezes quando vamos deixar de focar no comportamento das crianças e começar a investigar a sua raíz, o que causa o comportamento, a mensagem que ele nos traz e que é expressa de forma (considerada pela maioria) inadequada como é o caso das discussões, birras e afins… Só assim saberemos como lidar com isso!

Na vivência da parentalidade generativa (generative parenting®) sabemos que não podemos não comunicar e que o comportamento é, também ele, uma forma de comunicação. É aliás, a melhor forma que encontramos (crianças e adultos) para resolver uma situação, com os recursos aos quais conseguimos aceder a cada momento, e tem sempre uma intenção positiva. O comportamento é assim, a primeira solução que a criança encontra para resolver o verdadeiro problema que ela arranjou inconscientemente. E lá está, o comportamento é apenas o topo do icebergue.

Como lidar com comportamentos inadequados?

Primeiro, activando em nós, adultos, a curiosidade e a compaixão tão naturalmente humanas! Investigando, com responsabilidade pessoal, sem julgamento! Para ajudar precisamos primeiro, saber o que se passa na sua raiz! De outra forma não há transformação, nem mudança saudável. Muito menos a construção de relações saudáveis e duradouras!

O que acontece quando a opção é corrigir o comportamento?

Muitas abordagens de mudança dos comportamentos das crianças, satisfazem apenas as necessidades e desejos dos adultos à sua volta, não respeitando a criança na sua essência e dignidade, destruindo relações que deveriam ser saudáveis! Excluindo a criança, criando dualidade. Aliás, a ciência já comprovou o quão traumatizante e stressante pode ser para uma criança, lidar permanentemente com adultos cujo foco está em corrigir comportamentos. É assim que nascem vítimas de traumas e stress e que se perpetua o círculo vicioso de parentalidade e educação inconscientes que pautam a humanidade actual. O exemplo está à vista, com um planeta em agonia. Não é à toa que todos conhecemos pessoas, adultos e crianças, demasiadas mesmo, stressadas, ansiosas, deprimidas, algumas até que cometeram suicídio… seres humanos que não foram vistos, reconhecidos e aceites por quem são, que foram “treinados” para caber nas expectativas dos adultos que os rodeiam.

E se é verdade que muitas abordagens comportamentais tiveram a validação da ciência, como castigos, time-outs, prémios e recompensas, também não é menos verdade que esta validação nasce do estudo do comportamento em animais, há mais de um século!! Não foi por acaso que utilizei anteriormente a expressão “treinados”. Entretanto, o que mais existe são estudos e evidências científicas a comprovar que as seculares abordagens comportamentais são perigosas, a sugerir o seu abandono imediato e a propor novas abordagens, agora verdadeiramente humanistas! E é aí que se inclui a parentalidade generativa (generative parenting®).

Um livro que nos ajuda a lidar com os comportamentos desafiantes das crianças

Adoro ler e como a parentalidade generativa (PG) assenta numa integração de artes & ciências (chamemos-lhes assim) que vão ao encontro das nossas inteligências emocional, somática e espiritual, inclui várias abordagens desde científicas a holísticas, todas a respeitar e a promover os direitos humanos, e assim, hoje trago um livro que: para quem ainda não vivencia a PG, mas já quer fazer diferente, pode ajudar e para que já adoptou a PG como forma de vida, foi aluno da certificação PNL Practitioner em Parentalidade Generativa, mas se encontra num dia mais desafiante, também pode ser muito útil:

Sulky, Rowdy, Rude?: Why kids really act out and what to do about it

As crianças podem passar por fases mais desafiantes, esta é uma parte natural do crescimento. Conflitos e discussões não são excepção, são sim uma parte da vida familiar diária e os pais devem ser parte da solução, não do problema. Neste livro, os autores Bo Hejlskov Elvén e Tina Wiman utilizam o foco inicial no comportamento da criança para mostrar, de forma prática e gentil, como é que pais e cuidadores podem construir estratégias conjuntas gerando respostas conscientes e eficazes, com respeito pela ecologia, para que as crianças aprendam por si mesmas como praticar o auto-controle, criando desta forma, cooperação e um ambiente seguro onde elas pertencem e têm autonomia.

Um livro também recomendado pelo Family Lab e cujos capítulos desvendam qual pode ser a perspectiva das crianças e o que pode estar na origem dos seus comportamento, elevando a compreensão dos adultos para o todo, gerando novas possibilidades (o que é de resto absolutamente generativo).

Acredito que quantos mais mapas conhecermos, mais ampliamos o nosso e mais escolhas conscientes temos!

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Curso de PNL Generativa para pais e professores https://www.ritaaleluia.com/curso-de-pnl-generativa-para-pais-professores/ https://www.ritaaleluia.com/curso-de-pnl-generativa-para-pais-professores/#respond Mon, 14 Dec 2020 10:51:12 +0000 https://www.ritaaleluia.com/?p=6732 Curso de PNL para pais e professores ensina a criar relações saudáveis, com conexão, presença e resultados únicos, para todos!

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Noto o aumento do interesse por questões relacionadas com a parentalidade e a educação, sinto que pais e professores estão atentos, alguns ainda a utilizarem métodos e técnicas contra-indicadas (já demonstrado pela ciência), muitos a procurarem fazer diferente mas sem saberem como, outros a perceberem que sem definirem as suas intenções nada se transforma na verdade, e são esses que me dizem: “Rita, por favor, desenhe um curso breve de PNL Generativa para nós!”

No meu trabalho com famílias percebo que estão cansadas e desanimadas, com desafios crescentes (que se acentuaram com a chegada do Covid19). Pais e professores ainda precisam de percorrer o caminho das pazes, percebendo que juntos, em prol do interesse superior da criança, podem, devem cooperar e ser a diferença que faz a diferença nas comunidades.

Continuo a ver o foco muito centrado nos comportamentos das crianças e pergunto-me quando é que os pais e os professores vão finalmente, despertar para a investigação da intenção positiva do comportamento e na mensagem que ele expressa e comunica?!

Não acredito em fórmulas, nem métodos na educação, assim como não acredito na vivência de uma parentalidade certa ou errada! Acredito sim, naquela que faz sentido a cada família, no seu todo. Naquela em que cada um pode ser e manifestar quem é, na sua inteireza.

Só que para os pais e professores perceberem o que é que realmente tem sentido, têm primeiro que ganhar consciência e só lá chegam quando investigam, a sério, as suas crenças, valores, intenções, como é que corpo e mente cooperam. Têm que saber quem são, o que querem ver no mundo e como estão disso a ser exemplo! Precisam de conhecer e criar as suas estratégias, aquelas que funcionam para si e para os que os rodeiam! E é precisamente tudo isso (e muito mais) que fazemos na Parentalidade com PNL & Generativa (PG Quem somos • Generative Parenting)

A salvação não vem de fora! E como nos mostrou a mãe da terapia familiar sistémica, o que permanece no passado individual dos pais, não-resolvido ou incompleto, transforma-se na prática de uma educação irracional, manifesta com os filhos. O grande contributo de Virgínia Satir é precisamente, um dos pilares da PG.

Pais e professores que agem intencionalmente, desde um lugar de abundância (empática e amorosa) criam relações saudáveis, para a vida, consigo mesmos e com as crianças. Relações pautadas pela autenticidade, congruência, respeito pela integridade de todos, responsabilidade pessoal e social.

Pais e professores guiados no curso de PNL Generativa

A PNL é uma ferramenta e prática educacional, não é uma forma de terapia.
Richard Bandler

E assim, indo novamente ao encontro dos pais e professores que querem conhecer a vivência da PNL ou dos que conhecem uma linha da Programação Neurolinguística mas ainda não tiveram a oportunidade de experimentar o poder transformador da PNL Generativa, que é sistémica, decidi lançar já em 2021, um curso de dois dias, para pais e professores, à parte da Certificação Internacional PNL Practitioner Parentalidade Generativa, da NLP University. Outra novidade é que, pela primeira vez, vou facilitar uma edição on-line e outra presencial. On-line porque este ano, a minha ida ao Brasil, aos Institutos de São Paulo e de Santa Catarina, ficou sem efeito, graças à pandemia global. Assim, lanço um edição especial e exclusiva, em português do Brasil. A segunda edição acontece presencialmente👇

O local, já sabes que só trabalho com a excelência e no Porto somos acolhidos no PortoBay Flores, com todo o conforto e segurança que merecemos. Se estás interessad@ podes enviar já um e-mail a pré-reservar o teu lugar, porque como também é habitual nas minhas formações e certificações de PNL, são grupos muito exclusivos e pequenos, que garantem a vivência, integração e transcendência do que vamos aprender! Até já!

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A saúde mental das crianças nunca esteve tão mal https://www.ritaaleluia.com/saude-mental-criancas-nunca-esteve-tao-mal/ https://www.ritaaleluia.com/saude-mental-criancas-nunca-esteve-tao-mal/#respond Fri, 01 Nov 2019 10:11:00 +0000 https://www.ritaaleluia.com/?p=5047 Dr. Daniel Siegel em entrevista exclusiva a Rita Aleluia. Parentalidade, Mindfulness e Programação Neurolingística (PNL), em destaque, numa conversa informal, onde ciência e espiritualidade estão sempre presentes.

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Daniel J. Siegel é professor de psiquiatria na Faculdade de Medicina da Universidade da Califórnia, de Los Angeles (UCLA), onde fundou e é codirector do Mindful Awareness Research Center, e do Mindsight Institute. Formado na Faculdade de Medicina da Universidade de Harvard, o Prof. Dr. Siegel é autor de vários bestsellers, alguns do New York Times. Disciplina Sem DramasBrainstormThe Whole-Brain Child, Aware e de obras académicas como The Mindful Brain ou The Developing Mind, Showing Up, prestes a ser publicado, são exemplos.

Enquanto cientista que é, Siegel teve a oportunidade de partilhar pessoalmente, a conclusão de alguns dos seus estudos com personalidades como Dalai Lama, Papa João Paulo II, na Google University, na Goldie Hawn Foundation e no TEDx.

Escolheu Portugal para destino de férias, com a esposa Caroline Welch e amigos em comum. Encontrámo-nos na Faculdade de Psicologia e Ciências da Educação da Universidade de Coimbra, onde Siegel facilitou uma aula aberta, a convite da Professora Marcela Matos – do Centro de Investigação em Neuropsicologia e Intervenção Cognitivo Comportamental (Cineicc) – sobre como “Cultivar Presença e Estados de Consciência” na nossa vida. Falámos, sobretudo, de neurociência, parentalidade e mindfulness, prática de atenção plena que aprendeu com o seu amigo e colega Jon Kabat- Zinn, doutorado em microbiologia e Professor na Universidade de Massachusetts Medical Center (MIT).

O psiquiatra que acredita na epigenética, garante que vivemos tempos particularmente preocupantes, não só em termos de alterações climáticas, mas muitíssimo em termos de saúde mental, “seja individualmente, em grupo, a saúde mental das famílias, das escolas, organizações, governos”. Lembra por isso que “é urgente que se faça uma reflexão profunda acerca do percurso que temos vindo a percorrer e como deve ser alterado”. Com a humildade que o caracteriza, confessa que tem sido convidado para participar activamente em conferências de renome, sobre as alterações climáticas e que, se à primeira vista parece não ser a sua área, de repente está a contribuir, sobretudo depois de escutar que “tudo o que temos feito falha, Doutor Siegel, ajude-nos por favor, nós já aconselhámos as pessoas e não funcionou, já as assustámos e parece não terem medo, já não sabemos o que fazer mais!”. Siegel sente cada palavra, cada gesto, o campo e com um “optimismo realista”, como lhe chama, responde que “a única coisa a fazer é transformar profundamente a partir da visão de que todo este caos é uma oportunidade para que algo novo e melhor emerja.” Como? “Através da conexão! Promovendo a integração das diferenças.” O que é necessário saber acerca de um processo de mudança? “Que só acontece quando se opera ao nível do inconsciente!”, remata.

O Professor diz-nos que a vida deve ser vivida no presente e intencionalmente, com paciência e resiliência. Defende ainda, que “não conseguimos exercer a parentalidade com eficiência se o fizermos a partir do estado reactivo”. Não só não acredita em castigos, como alerta que os mesmos são uma violência e contraproducentes. Os castigos promovem a desconexão e, para Daniel Siegel, educar significar, conectar. “Só assim as crianças crescem empáticas, resilientes e cooperantes”, diz. Reforça também a teoria de que mente e corpo são um só e são também muito mais do que isso. Garante que “as crianças que enfrentam o mundo apenas com um ‘cérebro’ ficam dependentes da sua sorte e dos seus sentimentos. Ficam presas às suas emoções, incapazes de as alterar, queixando-se da sua realidade em vez de encontrarem formas saudáveis de lidar com ela. Ficam obsessivamente preocupadas, por enfrentarem algo novo ou cometerem um erro, em vez de tomarem decisões com abertura de espírito e curiosidade.”

Rita Aleluia: Arrisco começar esta nossa entrevista com um tema quente, que tem gerado muita controvérsia tanto no meio científico, quanto no meio do desenvolvimento pessoal, e que me parece ser essencial esclarecer. Qual é afinal, a diferença entre mente e cérebro?

Daniel Siegel: Se perguntarmos a muitas pessoas da neurociência, do campo da psicologia ou até da biologia, incluindo a medicina, eles dirão que a mente, tal como afirmou Hipócrates, é um comportamento. E, enquanto palavra, mente é um sinónimo de actividade cerebral, é uma escolha que a pessoa faz. Acredito que existem consequências sérias dessa forma de pensar. Portanto, no trabalho que eu faço, a forma como utilizo a palavra mente, está relacionada com a experiência subjectiva. O inconsciente, o processamento de informação, vê a mente como uma forma de incorporar o processo relacional que emerge do fluxo de energia, bem como o regresso e regulação do mesmo fluxo. A origem desse mesmo fluxo não emerge apenas do cérebro sozinho, assim como o impacto que gera na mente. Logo, deste ponto de vista, a mente é a experiência subjectiva, é consciência, é um processo de informação que emerge em forma de energia que pode ser simbólica, e é também um quarto processo, fruto de sistemas complexos que é a auto-organização que regula este fluxo de energia. Alguns neurocientistas concordam, como António Damásio e outros discordam totalmente. Como dizes, existe mesmo muita controvérsia à volta deste tema e há razões que vão além dos argumentos intelectuais, há aqui questões que colocam seriamente em causa 2500 anos de práticas médicas, e eu estou à vontade para dizer isto porque sou também físico. Afirmar-se que que a mente é apenas o que o cérebro produz, tem levado a que as sociedades modernas vivam na ilusão de que o “eu” vem apenas da mente e que está separado de todo o resto e já sabemos que essa forma de pensar está a conduzir à destruição da vida no Planeta.

Dr. Dan Siegel

A ciência também já demonstrou existirem uma mente cognitiva, uma mente cardíaca, uma mente somática, que estão interconectadas. Mais recentemente fala-se numa quarta mente, a mente de campo. Se nos lembrarmos que somos sub-sistemas de um sistema maior, ao qual a ciência chama “holon”, tudo isto faz sentido para si?

Quando vemos a mente como um processo emergente de energia e que essa mesma energia não encontra fronteiras na nossa pele, por exemplo, percebemos que o sistema do qual emerge a mente e a influencia é muito mais amplo do que todo o corpo. Alguns cientistas estudam o fenómeno em termos culturais, e falam de campos sociais, campos culturais e não lhe chamam necessariamente uma mente relacional. Tenho colegas do campo da neurociência social, que insistem em acreditar que a mente é só o cérebro. E que assim como o cérebro é sensível à luz, é também sensível aos sinais sociais. Estes cientistas não veem nenhum campo de energia ou de outra fonte e consideram que isso não é um pensamento científico. Eu não concordo com eles. O meu campo de trabalho, neurobiologia não é o mesmo que neurociência social, embora nem todos os neurobiólogos pensem da mesma forma que eu.

“É uma realidade triste e muito desafiante. A saúde mental das crianças nunca esteve tão mal.”

Qual é a sua percepção das famílias do século XXI, globalmente falando?

É algo muito doloroso de dizer, mas o que eu posso garantir é que, por exemplo, nos Estados Unidos as coisas não vão mesmo nada bem. Há cada vez mais depressões, ansiedade, suicídios, desespero. É uma realidade triste e muito desafiante. A saúde mental das crianças nunca esteve tão mal e não acontece só às crianças, acontece também aos adultos. Vejo acontecer com muitos colegas que são físicos. Uma situação que é, infelizmente, transversal a muitos outros países, não é um fenómeno exclusivo dos Estados Unidos.

“Temos que aprender e perceber que a relação com o próximo e com a natureza é o que nós somos.”

Como é possível transformar este padrão? Porque parece um padrão universal, certo?

Sim, é. Acredito que parte deste padrão de desespero que as pessoas estão a viver, está relacionado precisamente com o facto de verem a mente apenas como parte do cérebro e o “eu” parece viver apenas na cabeça, separado de algo muito maior. Temos que aprender e perceber que a relação com o próximo e com a natureza é o que nós somos. Temos também uma relação com o nosso corpo. Assim como temos relação com os nossos vizinhos, com pessoas que conhecemos menos bem, com as plantas, com os animais, as comunidades, a natureza e vai mais longe, porque somos parte de todo o Universo. Mas, por agora, a Terra é grande o suficiente, podemos focar-nos em lidar com tudo isto, neste momento, aqui, no Planeta (risos). A nossa relação pessoal com quem somos, pode tirar-nos da desconexão e do desespero, assim como do sentimento de não pertença. Eu acredito que a crença no “eu” separado do todo é a causa da desconexão e sentimento de não pertença, que por sua vez é a fonte de toda a incrível da depressão, ansiedade e suicido a que assistimos.

Enquanto pai que também é, estou curiosa para conhecer quais sãos os seus principais valores e crenças, que permitem que caminhe conscientemente ao lado dos seus dois filhos.

(Esboça um sorriso de amor maior antes de responder). Os meus filhos têm agora 25 e 30 anos, estão ambos a fazer coisas que emergem do sentimento de quem eles são na verdade, com a sensibilidade de que estão a cumprir os seus propósitos no mundo. Estou muito orgulho de cada um deles, à sua maneira, da forma como se conectaram com o meio ao seu redor, influenciando positivamente o mundo. São, de tantas formas, os meus professores. A minha mulher, Caroline, e eu, permitimos que cada um deles aprendesse a conhecer-se, através da nossa relação com eles e percebessem assim, que nas relações podemos emergir. Cresceram sempre com este sentimento de consciência interior, em relações que promovem conexão e que permitem a expansão de todos. Estes foram os nossos princípios fundamentais.

Esse é o segredo, permitir que as crianças sejam elas próprias?

(Sorri assertivo) No fundo é auxiliar as crianças a perceberem quem são, e quem podem vir a ser. Estando presentes para que elas sejam capazes de ultrapassar as desilusões e os fracassos, levando-as a escolherem uma vida plena de relacionamentos e com significado.

Como vê o impacto da nossa linguagem, das palavras que usamos, da forma como comunicamos verbalmente, na educação e vida das nossas crianças?

A mente humana tem uma sequência interessante. Presume que existem divisões no mundo às quais chama categorias, e constrói nesse processo não consciente, uma série de conceitos que nos levam a acreditar serem verdades e na parte submersa do icebergue, os nossos símbolos, as nossas palavras, tais como chamar um filho pelo nome. O risco disso parece inofensivo, mas se deixarmos a criança viver como se toda a sua identidade estiver nesse corpo, de alguma forma estamos a ensinar-lhe uma mentira. Porque ela está conectada com outras pessoas e interconectada com toda a natureza. Portanto, quem ela é, não é aquele nome singular, mas é mais como um verbo no plural. Há uma tentativa mundial, cultural, de nos fazer crer que somos apenas um nome. Às vezes, até as palavras positivas, podem, de forma não intencional criar problemas a uma criança. Uma criança que recebe palavras positivas que lhe dizem, por exemplo, “és tão inteligente, és tão bonito, és um jogador incrível” … embora pareçam palavras inócuas, são na verdade, a fonte de criação, na criança, de um sentimento de recompensa pelas suas conquistas em vez de um olhar atento ao seu esforço. Portanto, uma criança que cresce a ouvir palavras positivas por aquilo que produz, em vez de um reforço àquilo que é mesmo importante, com significado para ela, vê o seu sistema de valores e a estratégia que utiliza para tomar decisões, basear-se em recompensas. Em vez de produzirem estados positivos, as palavras que sempre ouviu criam o oposto, estados negativos e colocam-na numa prisão.

Quando uma criança mostra um desenho a um adulto e pede a sua opinião, muitos pais e educadores tendem a dizer-lhe que “é lindo, é maravilhoso”, mesmo quando veem apenas rabiscos…

Sim, dizem que é um Picasso! (Risos)

Podemos optar por perguntar à criança como fez para escolher as cores que utilizou, qual o significado do desenho, a intenção…. Criando espaço para que possa comunicar verbalmente a sua criatividade, possa exprimir emoções, desejos e necessidades?

Exactamente, Rita! Há que reconhecer a experiência da criança, não o produto dessa experiência. E então, ajudá-la a explorar essa experiência, tal e qual como mencionaste. “Usaste encarnado, aqui, que cor tão interessante para uma árvore!” “E o azul aqui, uau, que curioso, o que sentiste quando usaste esta cor? Deve ser fascinante!” Sem fazer perguntas que a leve a duvidar dela mesma, mas mostrando interesse nas suas escolhas e experiências internas. Chamamos a isso ‘mindsight’, visão mental, que é uma forma de descrever a capacidade humana de perceber a mente, a minha e a do outro. É uma lente poderosa através da qual podemos entender a nossa vida interior com mais clareza, integrar o cérebro e melhorar o nosso relacionamento com os outros.

E de criança a adolescente é um voo tão rápido. A adolescência ainda é um “bicho papão” em muitas sociedades. Esta é uma visão redutora deste marco importante da vida humana…

É urgente mudar a maneira de olhar para a adolescência. Ela não é um período de loucura ou de imaturidade. É sim, a essência de quem deveremos ser, do que somos capazes e em que nos tornamos humanos de maneira plena.

“A nossa sobrevivência individual e social depende da coragem dos mais novos.”

Sabemos que não somos os nossos comportamentos e que estes são sempre o melhor que podemos ter naquele momento. Ainda assim, quando falamos da adolescência, parece que este é um pressuposto que cai por terra…

Todos os comportamentos originados pelas mudanças cerebrais, como a impulsividade, a rebeldia, são necessários para que os jovens se libertem do seu círculo familiar e conheçam o mundo. É desta forma que conquistam a coragem necessária para mudar, partir e procurar inovação. Até porque, o lar é confortável e é previsível, já o mundo está cheio de ratoeiras e de surpresas. Há uma visão evolutiva que garante que, se os jovens não saíssem de casa e se não se separassem do seu grupo originário, a nossa espécie teria uma grande probabilidade de se reproduzir entre si, o que seria geneticamente nocivo para as gerações vindouras. A nossa sobrevivência individual e social depende da coragem dos mais novos.

“É importante utilizar práticas conscientes que nos permitam libertar a mente das expectativas.”

Que conselho quer deixar aos pais, em geral?

É apenas um e muito simples: ‘showing up’ (aparecer)! Estarem presentes! Se reduzirmos numa frase, as muitas pesquisas sobre as melhores propostas parentais, surge: presença parental! Temos uma série de filtros que tornam difícil este ‘show up’, aparecer, tais como crenças acerca de como devem ser os filhos, passar demasiado tempo em frente a ecrãs digitais, ocupar-se com o que não é essencial… É fundamental utilizar práticas conscientes que nos permitam libertar a mente das expectativas.

“Mindfulness, Heartfulness e Kindfulness significam exactamente a mesma coisa.”

Nessas práticas conscientes, e de acordo com o seu trabalho mais recente, descrito no delicioso livro “Aware”, inclui-se também o Mindfulness, a atenção plena. Noto que tem surgido no mercado global, nos últimos tempos, além do nome Mindfulness, o nome Heartfulness e Kindfulness. Estamos a falar da mesma coisa, ou nem por isso?

Mindfulness, Heratfulness e Kindfulness são apenas palavas. Então, o ideal é perguntar a quem usa cada uma dessas palavras, o que quer dizer quando a aplica. Digo isto porque, uma vez, numa reunião de líderes mundiais na investigação de Mindfulness, numa altura em que eu estava precisamente a investigar o que significava cada um desses termos, para colocar nesse meu livro (Aware), vi acontecer algo muito interessante. Propus aos investigadores que utilizássemos apenas uma palavra para designar tudo. Metade concordou, a outra pessoa respondeu efusivamente “nem pensar!”. Então, perguntei: “O que significa Mindfulness para ti?” e um respondeu: “Para mim, significa treinar o foco na atenção e voltares a ti quando te distrais. Assim amplias a consciência e não és apanhado por algo que possa desconcentrar-te.” Já no caso do Heartfulness e do Kindfulness, falamos de contruir uma intenção e atitude generosas, falamos de compaixão, de amor. E, portanto, a outra metade dos investigadores, discordava da primeira e garantia que é preciso ensinar as pessoas a serem generosas, amorosas, a exercerem a compaixão. Esse grupo defende que Mindfulness inclui essas qualidades. Algo que o primeiro grupo discorda. Ainda assim, alguns elementos desse primeiro grupo, lembram que o facto de ser consciente já inclui ser generoso e amoroso. E na verdade, se observarmos a designação asiática para Mindfulness e Heartfulness, são idênticas. Porque muitas destas práticas emergem da Índia, Sul da Ásia, China e Japão. Aliás, na China, demonstram categorigamente que Mindfulness e Heartfulness significam exactamente a mesma coisa. Kindfulness é apenas uma palavra, em inglês, que nós inventamos que quer dizer o mesmo. Pessoalmente, não vejo diferença alguma entre as três palavras.

Esta entrevista foi originalmente publicada na Revista D7, do Diário de Notícias M

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Parentalidade com PNL & Generativa por Robert Dilts e Rita Aleluia https://www.ritaaleluia.com/parentalidade-pnl-generativa-robert-dilts-rita-aleluia/ https://www.ritaaleluia.com/parentalidade-pnl-generativa-robert-dilts-rita-aleluia/#respond Thu, 17 Oct 2019 18:02:10 +0000 https://www.ritaaleluia.com/?p=4995 Robert Dilts e Rita Aleluia falam de Parentalidade com PNL & Generativa. A Programação Neurolinguístico ao serviço da mudança generativa. As práticas conscientes mais eficazes para que te conheças realmente, para que alcances a tua essência e descubras qual é o teu lugar na família e no mundo, como podes trazer e viver essa identidade.

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Vivemos num mundo que grita alto, por mudança urgente, que exige soluções nunca antes experienciadas e aqui, a quebra do actual paradigma com a emergência do surgimento de algo totalmente novo está presente na proposta da Parentalidade com PNL & Generativa, como podes ler e escutar nesta conversa entre mim, Rita Aleluia e Robert Dilts, co-developer da Programação Neurolinguística (PNL), do Trabalho Generativo, do Success Factor Modeling (SFM), co-fundador da NLP University, California, autor.

As formas tradicionais de educação falharam. Neste momento, é necessária uma reflexão sério, consciente e profunda acerca de quais as nossas intenções enquanto pais e educadores e sobre quais os recursos que queremos verdadeiramente accionar para que se alcancem as respostas que permitam então, criar um futuro harmonioso, responsável e sustentável para a humanidade.

Parentalidade que começa com PNL e evolui para PNL & Generativa

Quando lancei esta nova proposta parental baptizei-a, com muito amor, de – Parentalidade com PNL (Programação Neurolinguística). Quando terminei a certificação de Trainer e Consultora de PNL e depois a de Coaching Generativo, senti que, assim como eu, esta parentalidade tinha subido de nível, e devia por isso, passar a nomear-se – Parentalidade com PNL & Generativa. Como nos diz Robert Dilts, a parte generativa deste trabalho, emerge da criatividade, de criar algo totalmente novo, que não existia antes.

“Criei os meus filhos, com a minha esposa, utilizando imenso, a Programação Neurolinguística (PNL)”
Robert Dilts

O co-criador do Trabalho Generativo – Coaching Generativo e Consultoria Generativa – lembra que: “a parte generativa na parentalidade, nas famílias é extraordinariamente decisiva. Quando procuramos chegar a algum lugar que é desconhecido, ainda que outros pais, mães, tenham passado por algo semelhante, vamos criar um caminho único, novo e isso exige ferramentas e práticas muito específicas”. Robert Dilts garante, “este é, muito provavelmente, o campo mais importante para introduzir a mudança generativa.”

Nesta nossa deliciosa conversa, Robert confessa que “criei os meus filhos, com a minha esposa, utilizando imenso, a Programação Neurolinguística (PNL) e introduzindo os princípios da mudança generativa, de forma a que pudessem estar/ ser no mundo com auto-estima, atitudes positivas”. Além disso, “para que pudessem crescer com estratégias que os permitem ser bem-sucedidos por si mesmos.” O co-developer da PNL está orgulhoso dos dois filhos, do que trazem ao mundo e do seu próprio trabalho, enquanto pai. Os olhos azuis ganham ainda mais luz quando enumera“o sentimento de confiança que ambos possuem, o olhar positivo para a vida, das auto-capacidades”, algo que, numa primeira fase “modelam dos pais e depois é apoiado pelos pais”, conclui.

A Parentalidade que alia a PNL ao coaching generativo e gera mudança generativa

“Quem eu sou, tem a sua melhor expressão no mundo.”
Robert Dilts

Esta proposta “ensina-nos a comunicar com eficácia, como podemos empoderar os demais, sobretudo as crianças, de forma a que sejam elas mesmas, guiando-as em simultâneo”, reforça.

A Parentalidade com PNL & Generativa revela-te as práticas conscientes mais eficazes para que te conheças realmente, para que alcances a tua essência e descubras “qual é o teu lugar na família e no mundo, como podes trazer e viver essa identidade”, acrescenta Robert Dilts. Desta forma, o “canal está aberto e quem eu sou, tem a sua melhor expressão no mundo” e “não consigo encontrar nada mais importante para um pai ou um professor do que fazer isso com uma criança”, atesta.

E tu, escolhes juntar-te a nós nesta mudança generativa por um mundo melhor?

És muito bem-vindo!

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Crianças sem conserto, pais à beira de um ataque de nervos https://www.ritaaleluia.com/criancas-sem-conserto-pais-beira-ataque-nervos/ https://www.ritaaleluia.com/criancas-sem-conserto-pais-beira-ataque-nervos/#respond Sat, 07 Sep 2019 23:37:55 +0000 https://www.ritaaleluia.com/?p=4866 Crianças sem conserto, porque não estão estragadas, não têm defeito, logo, não precisam de conserto. Pais à beira de um ataque de nervos, uma escolha inconsciente que pode ser alterada com Programação Neurolinguística. É assim na Parentalidade com PNL & Generativa.

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Não me digas que vens já em alta velocidade, por acreditares fazer parte do grupo dos pais à beira de um ataque de nervos, com filhos, que são crianças, definitivamente sem conserto?! Vais mesmo continuar a contar-te essa história?! Esquece!

Primeiro, são apenas crenças limitadoras. Uma – que te encontras à beira de um ataque de nervos; outra que o teu filho precisa de conserto. Vou começar com um convite. Podes experimentar perguntar-te:

  • Esta crença serve-me?
  • A quem mais serve a minha crença?
  • Faz-me sentido?
  • Quero acreditar nisto?

Este artigo surge na sequência de uma mensagem que me enviaram e de comentários que tenho lido de quando em vez, sendo que mais frequentemente, nas redes sociais. Uma pessoa que conheço participou num evento de renome internacional de Coaching, onde assistiu a uma palestra acerca de Coaching na Educação. Até aqui tudo bem. A mesma pessoa, diz agora que o “Coaching na Educação é o futuro”. Não me choca, até porque os nossos pequenotes são o futuro, mas quero perceber qual a intenção e o que a motiva a defender esta tese. A resposta vem em forma de generalizações, rótulos e mais rótulos. Ou seja, que a geração X de crianças, nascidas entre os anos Y e H, são K e por isso, são todos bla bla bla e precisam de coaching para poderem ser responsáveis e líderes….

Por favor, deixem as crianças fora desta equação e assumam responsabilidade, enquanto adultos!

Crianças sem conserto

Claro que as crianças não têm conserto porque elas não têm defeito, não estão estragadas. Cada criança é um mundo, é um ser único, com características únicas, que responde ao ambiente que a rodeia, física e emocionalmente. Cada criança modela e age de acordo com os adultos que estão ao seu redor. Se ela apresenta comportamentos inadequados, não tem a ver certamente com o ano de nascimento, nem com ser geração Z ou J, mas com algo que é disfuncional no sistema onde vive, no qual está inserida, ou está apenas a manifestar uma necessidade que quer ser preenchida. Investiga com amor e curiosidade. As crianças pedem conexão, precisam de presença, de qualidade! De uma relação de igual dignidade.

Crianças a abraçarem-se num passadiço de madeira junto a uma praia.

E se a criança tem alguma questão do foro psicológico, então, não é assunto para um coach, mas sim para um profissional da área da psicoterapia ou psicologia (coisa que um coach não é, a menos que tenha esse background). Como nos diz a mãe da PNL, Judith DeLozier:

A PNL não é psicoterapia, não é psicologia. Muitos usam-na como um conjunto adicional de habilidades de comunicação, usando o trabalho da Gestalt e da Terapia Familiar, por exemplo. A PNL nasce do processo de modelagem da experiência humana… Se as pessoas não entendem essa diferença, então elas não receberam boa formação, em PNL.”

Pais à beira de um ataque de nervos

Quantos?! Todos nós, nos dias em que nos deixamos guiar pelo stress que aceitamos acumular nas nossas vidas, por crenças e valores que herdamos e aplicamos sem contestar, ou por emoções congeladas na nossa infância. Sim, o que acontece na infância, vem connosco pela vida. E é por isso que a certificação internacional Practitioner em Parentalidade & Educação Generativa, investiga e (re)desenha intenções, valores e crenças. De quem? Dos pais e educadores, pois claro!

Na Parentalidade com PNL & Generativa aplico algo do legado, precisamente do pai da terapia Gestalt, Fritz Perls, “uma pessoa consciente é uma pessoa inteira”. Sejamos, pois, adultos conscientes e um pouco mais inteiros. É assim que somos exemplo de mudança e transformação, neste mundo.

O meu convite é a de que (primeiro) os educadores procurem um coach, não a criança. A criança nunca foi, nunca será o problema, ela É a solução. E sim, é uma generalização, talvez a única em que acredito.

Juntos, por um mundo melhor.

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A guerra aos olhos das crianças https://www.ritaaleluia.com/guerra-aos-olhos-das-criancas/ https://www.ritaaleluia.com/guerra-aos-olhos-das-criancas/#respond Thu, 13 Apr 2017 08:45:50 +0000 https://www.ritaaleluia.com/?p=958/ Não vale a pena esconder. Os nossos filhos vivem num mundo real e negar que existem guerras como mecanismo de defesa, produz uma perda da consciência da humanidade. É importante explicar e mostrar, contextualizando, sem alarmismos, seleccionando as imagens e os sons (de acordo com a idade e sensibilidade da criança).

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Estamos a criar diariamente, um mundo melhor, no qual ainda é preciso estar atento a uma realidade: a guerra aos olhos das crianças.

Não vale a pena esconder. Os nossos filhos vivem num mundo real, não crescem em redomas. Negar a situação como mecanismo de defesa, produz uma perda da consciência da humanidade. É importante explicar-lhes o que se passa. Mostrar, seleccionando as imagens e os sons (de acordo com a idade e sensibilidade da criança). Aos cinco anos, as crianças já conseguem distinguir a realidade da ficção quando veem alguém imprimir mal a terceiros. Evita as imagens dramáticas, para não aumentar receios e angústias. Contextualiza sempre a situação. Revela os valores e intenções das duas partes da barricada.

A guerra aos olhos das crianças, é sempre diferente da nossa. Aqui, e porque estamos a viver uma guerra de perto, a da Venezuela (país onde nasceu o pai e a filha mais nova, onde já vivemos e onde o pai ainda trabalha), revelo-lhes imagens de esperança, por entre as bombas lacrimogénias lançadas no solo e até de helicóptero. Mostro-lhes que há sempre espaço para defender os nossos valores, mesmo a fugir das balas. Espaço para exigir a liberdade, a dignidade, a paz e a justiça. Para exigir igualdade de direitos entre todos os seres humanos.

A guerra aos olhos das crianças deve ser a de que é possível criar um mundo melhor e que para isso, há escolhas pesadas, com consequências duras. Mas a escolha que nos liberta é sempre a de marchar, envoltos em fé, a mesma fé que ocupa o lugar do medo e cria espaço para a paz, mesmo que por entre sangue derramado. Esse, jamais será em vão.

A guerra aos olhos das crianças vê soldados a renderem-se aos direitos humanos e aos ideais mais nobres que nos conotam como raça. Vê polícias a ajudarem manifestantes, vê avós amparados por netos, gritarem alto que a liberdade vencerá! Vê médicos saírem de uma clínica que acaba de ser atacada (a mesma onde as minhas filhas chegaram a ser observadas), com um bebé recém-nascido em braços, saltarem para uma carrinha de caixa aberta e saírem em alta velocidade para o salvarem noutra clínica próxima. Vê mulheres armadas com gritos que soltam palavras de amor.

A guerra aos olhos das crianças vê o amor e a esperança renascerem no meio do caos e da destruição. Vê a construção da paz e vê também que vale sempre a pena lutar pelo que acreditamos e faz bem à humanidade. Nada tem significado a não ser o que cada um de lhe atribui. Aprendamos todos com elas.

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