Aprendi a dar passos do tamanho das minhas pernas, passos curtos e passos longos. A voar no trapézio da dúvida, a desfilar na corda bamba, a saltar sem paraquedas, a cair sem rede, com a certeza que sou e somos parte de algo muito maior, algo que não se vê com os olhos.

Aprendi a escutar em vez de ouvir, a observar em vez de ver. A ampliar o meu mapa e a pintar nele espaços em branco. A demorar-me nos abraços e nos risos dos meus e da humanidade. A voltar vezes sem conta aos lugares onde sou feliz, dentro ou fora de mim, sozinha e com os que amo.

Aprendi a flexibilidade de sentir no corpo as palavras, os pensamentos, e o poder de transforma-los em gestos, de esculpi-los nas células. Sei agora, que a casa da minha essência é onde habita a minha verdade, e essa é a voz do meu coração.

Aprendi a compreender pelo sentir e a acolher a incerteza que abraça a certeza. Hoje, sei que a escuridão define a luz, que se pertencem e que se completam. Que em cada existência existe o seu oposto. Aprendi a construir a ponte, a fazer o balanço e que o nome é: vida.

Aprendi a estar e ser presente na minha vulnerabilidade e a aceitar que é francamente desconfortável e que está tudo bem, está sempre tudo certo. A isso chama-se coragem em vez de fraqueza.

Aprendi a dar-me sem sacrificar-me. A ser sem perder-me no outro. A pertencer-me pelo que sou verdadeiramente e a agradecer sempre. Menos é mais, um mais um são três.

Aprendi isto e muito, muito mais… E deste lugar, aqui e agora, estou tão, mas tão curiosa (e humanamente receosa) com a imensidão generativa do que ainda está por vir.

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E ainda que tivesse o dom de profecia, e conhecesse todos os mistérios e toda a ciência, e ainda que tivesse toda a fé, de maneira tal que transportasse os montes, e não tivesse amor, nada seria.

E ainda que distribuísse toda a minha fortuna para sustento dos pobres, e ainda que entregasse o meu corpo para ser queimado, e não tivesse amor, nada disso me aproveitaria. (…)

O amor nunca falha; mas havendo profecias, serão aniquiladas; havendo línguas, cessarão; havendo ciência, desaparecerá (…)

Agora, pois, permanecem a fé, a esperança e o amor, estes três, mas o maior destes é o amor.”

Grande parte desta passagem bíblica – São Paulo aos Coríntios – faz-me muito sentido, tanto que foi uma das leituras que escolhi para o meu casamento. A proposta é apenas uma, o amor. Acredito que ele é o princípio, o meio e o fim.

Tenho recebido feedback muito positivo de mães, alguns pais e de professores que atendi nas minhas sessões, leram o “Mães do Mundo”  ou que fizeram o “Mom’s Rules” e sinto, por isso mesmo, que devo falar-te, novamente, de amor incondicional.

Esta é, para mim, e cada vez mais comprovada pelas famílias e educadores, a solução que funciona em todas as ocasiões. Sim, é uma solução arrojada e que exige coragem. Mas é também a que descomplica, simplifica. Primeiro funciona contigo, para ti, ao amares-te incondicionalmente. Depois, funciona com o próximo.

Quando escolhes o amor, entre infinitas possibilidades, estás a colocar de parte o que te faz mal, como a raiva, a inflexibilidade, as punições, os julgamentos…

Quando interages a partir deste local que existe dentro de ti, estás a aceder a estados emocionais saudáveis e assim, a agir através de comportamentos que são o exemplo, a fazer a diferença neste mundo.

Estás a reconhecer-te, estás a aceitar-te, a dizer sim às tuas necessidades, a reconhecer o outro, a aceitá-lo e a ir ao encontro das suas necessidades. Queres melhor filtro que este?!

Com o filtro do amor incondicional há partilha. É um permanente dar e receber, sem ordem obrigatória. Não há que dar primeiro para colher depois. Não há primeiro ou segundo. Há amor. Há resolver desafios a partir de estados emocionais positivos, respeitando o teu espaço e os teus limites. Há igual valor e sempre, mas sempre o merecimento de amor.

O que acontece?

Um desbloqueio! Tudo se transforma! Há empatia, vulnerabilidade, conexão, compaixão…

Comportamento gera comportamento, logo, amor gera amor

Que maravilhoso é o teu filho saber e sentir, pelo teu exemplo, que independentemente de ele comer a sopa toda ou não, tu o amas sem condições!

Que mágico que é, a tua cara metade saber e sentir, pelo teu exemplo, que independentemente de se ter esquecido daquela vossa data especial, tu és a pessoa da sua vida!

Que leve que é, saberes e sentires que, mesmo sem teres cumprido tudo o que foi proposto na reunião de trabalho, para esta semana, o teu chefe tem orgulho em ter-te na vossa equipa!

Não há condições, há amor e ele é o princípio, o meio e o fim. Deposita aí o teu coração, fundamenta aí as tuas intenções, faz aí as tuas perguntas e entrega-te aos afectos, com verdade, fé e esperança. Vê o que acontece.

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Tempos houve em que cedi à pressão do “socialmente correcto” e me esforcei por agradar a gregos e a troianos. E cedo senti também que não era um papel que me servisse e, em boa hora, num sopro de coragem e ousadia abandonei-o.

Mas sempre gostei de conversar, olhos nos olhos, alma com alma, com todos os que têm algo a dizer sobre o que reflicto neles. E é sempre tão bom. Consegue ser sempre uma surpresa e muitas vezes, uma grande oportunidade para crescer ainda mais.

Não sou perfeita, não tenho que ser. Basta que seja eu, que tu sejas tu, que sejamos autênticos, genuínos. Afinal, é mesmo isso que nos torna únicos, é isso que nos torna amados.

Que 2018 seja o ano de deixar partir o que não te assenta, que cries espaço para o que te está reservado, para o e os que te fazem bem, para o que te nutre e te faz crescer. Que lhes abras os braços, que lhes prepares o mais terno e sentido abraço, seguindo o teu coração, o único que sabe sempre o caminho.

Está sempre tudo certo, está sempre tudo bem.

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