Resistência e poder, na Parentalidade com PNL & Generativa
A grande maioria das famílias com as quais me cruzo, mundo fora, vivem na ilusão de que os filhos devem obedecer aos pais, sem contestarem e não aceitam que a resistência dos filhos significa poder, o 4.º Princípio da Parentalidade Generativa (PG).
Acredito na holonarquia e ela pauta o dia-a-dia das famílias generativas. É assim que todos cooperam, cada qual com o seu dom único, em prol de algo maior. É assim que, seja em contexto de família ou organização, por exemplo, todos são vistos, sentem pertencer e que trazem algo para contribuir, colocando-o em prática. As necessidades, desejos, opiniões e emoções de todos, contam nesta equação.
A origem da Resistência
Se estás a comunicar com alguém e o outro resiste, argumenta, briga é porque, de alguma forma, percebeu (inconscientemente) a tua comunicação como uma espécie de ameaça (mesmo que a tua intenção não seja essa). E existem duas regras base no processo de comunicação: Sobrevivência e adaptação.
Quando nos sentimos ameaçados, activamos o instinto de sobrevivência e entramos em modo defesa para nos protegermos. Mergulhamos num estado CRASH e deixamos de aprender. Portanto, se ainda és um pai, uma mãe que continua a querer controlar, a querer que o teu filho faça o que entendes ser o correcto (mas não necessariamente é), se ainda vives muito no lado do julgamento, do que o que é que os outros vão pensar e dizer, a criança vai apresentar estas reacções, absolutamente humanas.
A origem do Poder
Já o estado de adaptação ou aprendizagem, acontece sempre que nos sentimos confortáveis com a comunicação. Acontece sempre que existe rapport, empatia, conexão. Em que o comunicador se coloca no lugar do outro, antes de iniciar a conversa. Neste estado há crescimento, abertura e expansão, há lugar para a adaptação. Não quer dizer que o teu filho (companheiro, colega) faça sempre o que propões, ou goste de ouvir o que tens para partilhar, mas a tua mensagem passa e mais facilmente encontram um ponto de equilíbrio e cooperação mútuo.
3 passos da Parentalidade Generativa, na arte de comunicar
- Define a tua intenção em relação ao que queres comunicar:
De onde emerge essa necessidade?
O que queres ver acontecer com essa mensagem?
Como ganham os dois, se a mensagem fluir?
E o sistema (relação, família, sociedade, Planeta…)? - Estabelece rapport, conecta (primeiro contigo e depois com o outro), vai (mentalmente) para a segunda posição (a do teu filho, por exemplo) e, no lugar dele, ouve, vê e sente o que ele sentirá quando falares.
- Comunica e escuta, desde um estado de abertura, curiosidade e criatividade, onde existe espaço para ambos partilharem quem são, como veem o tema, o que sentem em relação ao mesmo.
Ao escolheres comunicar desta forma, garantidamente estás a fazê-lo desde o teu super-poder, o da tua humanidade e não há resistência que se atreva perante o amor, a empatia e a compaixão.
E isto é verdade para qualquer relação.
Com amor e esperança,
Rita
P.S – Aqui encontras o 1.º princípio, neste artigo o 2.º princípio e aqui o 3º princípio dos nove que sustentam a Parentalidade com PNL & Generativa. Espreita, pois estão todos interligados e suportam-se, entre si.