Qual é a fórmula certa de educar?
Se eu tivesse notas de 10 Euros, por cada vez que escuto a pergunta “qual é a fórmula certa de educar?”, estava bilionária! E depois desta demanda, normalmente, segue-se uma afirmação: “Oh Rita, de certeza que a Parentalidade com PNL & Generativa criou um método cheio de fórmulas mágicas!”
Não! A Parentalidade com PNL & Generativa não criou um método, não está recheada de fórmulas e muito menos mágicas! E dito isto ainda escuto: “Então se eu educar assim estou a ser permissivo e depois os meus filhos fazem o que querem de mim!”… Respiro fundo, antes de responder.
Já partilhei contigo que: não existe a fórmula e/ ou, a forma de educar certa ou errada. Existe aquela que te faz sentido, que faz sentido à tua família e que a melhor será sempre aquela que emerge do amor e auto-estima saudáveis em vez daquela que é movida pelo medo e pela necessidade de controlo (como acontece na educação tradicional).
A Sofia Rebelo de Sousa dizia, na apresentação do meu novo livro, Gurus de Palmo e Meio, que “é uma bíblia para todos nós”. E a Sofia ainda não é mãe, mas é filha, tem pai (ainda por cima rotulado do ‘homem dos afectos’), tem mãe, irmão, sobrinhos… Tem uma família, como todos nós temos. Logo, tudo o que esta forma de vida que é a Parentalidade com PNL & Generativa nos oferece, é transversal a tudo, neste Planeta (o único que temos). Ainda que a abordagem possa, numa primeira impressão soar a espiritual (que também é, sim), ela vai mais longe e casa a ciência (ou não fosse eu cientista da comunicação, de formação) com a Programação Neurolinguística (PNL) e as práticas do coaching generativo. E todas estas artes e ciências nos revelam que não existem fórmulas universais, porque a que funciona hoje, num determinado contexto, não necessariamente funcionará amanhã, ainda que o acontecimento seja semelhante. Ainda por cima, somos seres em evolução e, portanto, o que hoje serve, amanhã está integrado e transcendido, ou seja, ganhou outra forma.
Lembro o legado de Virginia Satir, modelada pela PNL e por esta parentalidade, que nos recorda que “o maior presente que alguém me pode dar é ver-me, ouvir-me, compreender-me e tocar-me. O maior presente que eu posso dar é ver, ouvir, entender e tocar o outro. Quando isso acontece, sinto que fizemos contacto.” Portanto, conecto-me comigo, com a minha essência, com o ser divino que sou, e então, sim, estou preparado para conectar-me com os demais. Se quiseres, esta pode ser uma chave a teres em consideração e prática, diariamente, criando uma família generativa e consciente.
A fórmula certa que educa hoje, pode não ser a fórmula certa de educar amanhã
No segundo capítulo do “Gurus de Palmo e Meio” pergunto-te:
“Quando foi a última vez que alguém olhou para ti, olhos nos olhos, alma na alma e te reconheceu? Quando foi a última vez que tu olhaste outra pessoa, o teu filho, olhos nos olhos, alma na alma, e o reconheceste?”
Estamos pouco habituados a receber ou a fazer estes reconhecimentos profundos. No entanto, são imensamente férteis, generosos, conectam-nos connosco e com os outros. Nesta proposta educativa, apresento-te um exercício simples e poderoso que pratico muitas vezes, até comigo, em frente ao espelho. Em frente da pessoa que queres reconhecer, olhos nos olhos, alma com alma, com muita bondade e amor, podes dizer:
O que eu vejo em ti é ________________________________ (verbalizas o que é) e eu gosto!
O que eu sinto de ti é ________________________________ (verbalizas o que é) e eu gosto!
O que eu te desejo é _________________________________ (verbalizas o que é).
E convido-te a começares por ti, em frente ao espelho e a (re)educares-te, verbalizando, por exemplo:
“Já te disse que o que eu vejo em ti é coragem e que gosto? O que eu sinto de ti é vontade de ser exemplo de um mundo melhor e eu gosto. O que eu te desejo é ousadia e amorosidade.”
Educar pode significar transformar e o processo de transformação não implica destruir o ego, mas aprender a acolher a intenção positiva do mesmo, permitindo que parta o que está a mais, alinhando ego e alma. Estas vozes acordam a nossa vulnerabilidade. Cria a oportunidade de vivermos o mistério do milagre da vida, com autenticidade, responsabilidade, aqui e agora, os ingredientes secretos desta receita são a fé e acreditar. E estas, em última análise, serão sempre sinónimo da fórmula certa de educar. Ou, a fórmula também pode muito bem ser, não existir fórmula. Qual escolhes?