Parentalidade Generativa no apoio a comunidades pobres do Irão
É urgente criarmos juntos, em inteligência colectiva, soluções práticas para as múltiplas crises que emergem no mundo. São urgentes respostas inovadoras, face aos desafios adicionais que temos vindo a sentir nos últimos tempos, indo ao encontro de cada pessoa e família. A nossa intervenção individual e colectiva não pode ser apenas de emergência, é realmente necessário colocarmos o foco na importância de programas e estratégias de desenvolvimento a longo prazo, que rompam os círculos de dor, sofrimento, trauma e pobreza. É importante colocar o conhecimento na prática e nos músculos. Conhecimento fidedigno que assegure o desenvolvimento das comunidades, fazendo dessa integração e inclusão um novo factor de desenvolvimento humano!
Apoiar e despertar os dons individuais e colectivos
Comecei a criar a Parentalidade Generativa, em 2010, com uma intenção muito clara, associada aos Direitos Humanos: que cada pessoa possa ser e manifestar o que a traz a este mundo! E sabemos que se para muitas comunidades esta é uma tarefa mais facilitada, para outras, os obstáculos são francamente gigantes, ao ponto de se tornarem intransponíveis, sempre não exista ajuda e cooperação externas! E aqui, falamos de inclusão! É também por isso que a equidade é tão querida da Parentalidade Generativa (Generative Parenting ®).
A importância de caminhar em Aldeia Generativa
Além dos livros que escrevo, das palestras & conferências nas quais sou oradora, em vários países e continentes, das certificações que facilito, sobretudo com o PNL Practitioner em Parentalidade Generativa (certificado internacionalmente pela NLP University California)… na Aldeia Generativa (a aldeia global de famílias e comunidades generativas) apoiamos muitas outras aldeias. Cada consultor em Parentalidade Generativa apoia, pelo menos, uma associação sem fins lucrativos. É mais uma forma de todos contribuirmos para um mundo melhor. Porque TODOS CONTAM!
Um caminho pautado por histórias que verdadeiramente inspiram
E é natural que nalgum momento todos precisemos de histórias que verdadeiramente nos inspiram e trazem à tona o melhor de nós próprios. Histórias de pessoas de carne e osso, que transformam o mundo num lugar melhor, nos palcos onde ele acontece, longe dos algoritmos e de intenções encobertas.
Lembro-me muitas vezes da história de Izzeldin Abuelaish, agora conhecido como o “Médico de Gaza”, que esteve em Portugal, no Websummit de 2017. Nasceu e cresceu num campo de refugiados de Jabalia. A mãe ensinou-lhe a importância do trabalho e os meios de sobreviver e os professores mostraram-lhe que, com dedicação e persistência, podia chegar longe. Atravessou grandes desafios para se tornar médico e dedicou-se a ajudar os mais desfavorecidos, ao mesmo tempo que trabalhava para passar uma mensagem de paz. Por fim, encontrou-se ele próprio com a tragédia, ao perder as três filhas e a sobrinha num bombardeamento israelita que atingiu a sua casa, na Faixa de Gaza. Viveu uma tragédia, e ainda assim conseguiu manter a fé, a empatia e a compaixão pelo próximo. “Não Odiarei” foi o livro-testemunho que escreveu. Recebeu vários prémios humanitários em todo o mundo e inúmeras mensagens de apoio, inclusive de judeus israelitas. Através do seu trabalho continua a promover o entendimento entre os povos, a paz e a dignidade humana. Criou a Fundação ‘Daughters for Life’ (vale mesmo a pena conhecer!)
Izzeldin Abuelaish foi o primeiro médico palestiniano a integrar o quadro de um hospital israelita e diz muitas vezes:“acredito numa melhor saúde e educação para as mulheres e numa via para o desenvolvimento no Médio Oriente”.
É uma história de amor e compaixão! De Humanidade! De alguém que escolheu o entendimento em vez da vingança, o diálogo em vez da ofensa, o amor em vez do ódio, de alguém que nunca perdeu a esperança, a mesma esperança que nós não podemos hoje perder!
Parentalidade Generativa apoia comunidades educativas empobrecidas no Irão
E é com o coração cheio de esperança que no próximo dia 28 de Outubro vou entregar uma aula muito especial, para uma comunidade de pais, professores, profissionais de saúde física, mental & espiritual, no Irão. O valor das inscrições reverte totalmente para comunidades educativas que desenvolvem escolas, em áreas muito empobrecidas neste país. Assim, crianças iranianas e muitas refugiadas, sobretudo do Afeganistão e da Síria, terão acesso a conhecimento que as ajuda a aceder aos recursos internos, co-criando recursos externos comuns, na construção de uma sociedade mais justa, equitativa e onde todos querem e podem pertencer. São sobretudo as pessoas mais vulneráveis que precisam de nós! Como dizia Nelson Mandela, a educação é a arma mais poderosa que podemos usar para mudar o mundo!
Perante tanta incerteza em que o mundo está mergulhado, os nossos gestos contribuem definitivamente, para escrever o rumo da história. Pois que sejam gestos generativos! Fica agora o alento da esperança que sabe, apesar de todos os desafios, ser capaz de acolher, abraçar e escolher atitudes de cooperação, união e de paz. É assim na vivência da Parentalidade Generativa!