Era uma vez uma menina reservada mas muito observadora, que sabia que a sua estação do ano preferida, a Primavera, estava a chegar, quando, na aurora, ouvia a pureza do chilrear das primeiras andorinhas. Já sabia que elas voltavam sempre ao mesmo lugar, como que a dizer-lhe que é bom voltar onde já fomos felizes. E sabia também que elas não regressavam sozinhas. Uma andorinha anda sempre acompanhada, é assim que espalha amor, é assim que se conecta. Bate as asas a quatro, depois a seis, oito, sempre a lembrar o quão férteis e felizes somos em família, leais e fiéis aos nossos mais nobres valores. E a pureza dos seus voos é qualquer coisa de indescritivelmente belo e harmonioso. Partem antes do Outono regressar, a anunciarem o silêncio e o crepúsculo do advento da renovação e da metamorfose.

A menina modelou estes sábios pássaros. Hoje, é mulher, esposa e mãe e partilha aqui, convosco, um voo de esperança, bonança e pureza. A “ave da partida e do regresso” está quase, quase a retornar.

Grata por partilharem comigo o voo da vida!

Com carinho,

Rita