Mandalas na Parentalidade Generativa
Posso começar este artigo com uma pergunta: Pode um Mandala casar com o Coaching Generativo, ou uma afirmação: Mandalas na Parentalidade Generativa. Vamos por partes.
Nunca o Planeta viveu tempos tão agitados e recheados de distração, como os de hoje. O tipo de desatenção que nos aproxima do dispensável e nos afasta do essencial, que nos distancia do nosso centro (a essência, o Eu superior, a generosidade essencial…), que nos coloca demasiado apartados da nossa parte criativa e generosa, subtraindo espaço para que o nosso inconsciente se manifeste, o mesmo que revela quem somos.
Quantas pessoas conheces que vivem as suas vidas ‘na cabeça’, a reclamar do que não têm, com pressa em chegar ao futuro, eternamente insatisfeitas, a crer que tudo está à distância de um simples ‘clic’?
No meu dia-a-dia, quando sinto que tendo a ‘clicar’ a mais da conta, páro (mesmo), pergunto-me:
Qual é a minha intenção para este dia?
Observo, respiro fundo, recentro-me e regresso, agora consciente.
Acredito que viver no ‘aqui e agora’, num estado de flow é sinónimo de viver em autenticidade, espontaneidade, com mente de principiante, sem julgamento, confiante e é essencial para o nosso bem-estar físico e emocional, seja em que contexto for das nossas vidas.
Participei com a minha filha mais velha, numa edição do workshop de mandalas da Master Trainer de PNL; Joana Sobreiro, no seu workshop de mandalas (palavra de origem sânscrita herdada da antiga Índia). Descobrimos assim, uma nova e fascinante abordagem tão ‘mindful’.
Falo-te na primeira pessoa, desta minha experiência e em como a casei com o Coaching Generativo. Até porque, foi mergulhada num profundo estado generativo que emergiu a minha parte criativa, pois claro. A experiência foi tão reveladora que convidei a Joana a participar no meu último livro, ‘Gurus de Palmo e Meio’, para o qual contribuiu com um mandala lindíssimo que podes colorir.
O que é um Mandala?
A Joana ilustra desta forma:
“É o composto de manda = essência e la = conteúdo – e temos assim, “aquele que contém a essência”. Encontramos mandalas em diversas tradições milenares ao redor do mundo, e podemos saber mais através da visão da psicologia analítica. Jung ofereceu-nos a possibilidade de melhor compreender este conceito ou prática, definindo Mandala como o símbolo do centro, do encontro de si-mesmo, o encontro da totalidade psíquica e a manifestação da completude do self. Ao escolhermos actividades que nos estimulam a criatividade, a imaginação e a espontaneidade, estamos a voltar à nossa posição mais autêntica de criadores da realidade. Assim, como em antigas tradições esta representação simbólica traz a ligação do homem a um sistema maior do qual este faz parte, podemos defini-lo como a elevação da consciência relativamente ao significado da própria vida.”
O Mandala no Coaching Generativo e o poder do inconsciente
E agora, sim, o Coaching Generativo. Para mim, esta foi uma experiência ímpar e reveladora do inconsciente, tal como acontece numa sessão de Coaching Generativo. Emerge sempre a certeza de que “Eu não sou o que penso de mim, nem o que os outros pensam sobre mim, nem um espectador dissociado que se observa a si e ao mundo. Eu sou mais, sou muito mais do que possa acreditar sobre mim.”
Foi a minha minha curiosidade (que bem podia ser o meu nome do meio, ao lado de criatividade) que me conduziram a este workshop. Sou fascinada por culturas e existências e queria mesmo saber mais sobre os mandalas, sentir em mim, o universo do outro e também o meu, na sua genialidade artística (aquela que todos temos e tendemos a acreditar que não).
Como faço com tudo o que é importante na minha Vida, centrada, no momento presente, coloquei uma intenção e permiti que o Mandala começasse a revelar-se. O que aconteceu foi muito além de um desenho, revelou-se Vida! A minha Vida! A minha essência, livre de crenças, de filtros, pura e até então, no abrigo no meu inconsciente, à espera do momento certo para se manifestar, em harmonia.
À semelhança do poder transformacional e criativo do Coaching Generativo, este Mandala permitiu que me conectasse com a energia da criação (que eu adoro), com o meu inconsciente, com o ‘Holon’, com a inteligência colectiva da humanidade, com a inteligência estética, com os meus arquétipos, no fundo, com a certeza (herdada de Rumi), mais uma vez, de que “não somos uma gota no oceano, somos todo o oceano numa gota”.
Jung dizia:
«Graças a esses desenhos, eu pude observar a minha transformação psíquica dia-após-dia… Foi através dessa observação progressiva que eu pude, enfim, descobrir o que o Mandala realmente é: formação, transformação, eterna recriação do espírito eterno. E isso é a totalidade da personalidade que, se estiver bem, é harmoniosa, mas não tolera nenhuma auto-ilusão.»
A revelação deste meu Mandala, representa a integração, a certeza de que a Vida não tem nada a ver com perfeição e, tem sim, tudo a ver com conexão. Experiencio-o diariamente enquanto mulher, mãe, empreendedora é por isso que é um dos temas centrais da Parentalidade com PNL & Generativa. Aliás, deixo-te a sugestão de que experimentes desenhar mandalas e convides o teu filho a acompanhar-te. Observa com curiosidade..
Relativamente à intenção que coloquei para criar este Mandala, foi mesmo muito significativa a sua manifestação. Tudo é perfeito na totalidade da sua imperfeição. Essa é, talvez, a grande beleza dos mistérios da Vida! Afinal, “só aquilo que somos realmente tem o poder de curar-nos”, Jung.
OBRIGADA, querida Joana!