Educação parental é a diferença que faz a diferença
A Parentalidade Generativa (PG) acredita que só é possível educar uma criança depois do adulto se ter (re)educado a si mesmo, porque não é sobre o teu filho, é sobre a criança que vive dentro de ti, o que significa que a educação parental é a diferença que faz a diferença nesta caminhada.
Qual o foco da Educação Parental?
Antes de mais, na tomada de consciência do quão inconscientemente vivemos. A partir daí, investigamos, com muita curiosidade e generosidade, como é que temos criado a nossa vida. Que padrões nos movem. Quais são as nossas crenças, os nossos valores, o que queremos ver no mundo, definindo de forma consciente quais as nossas intenções, que vão sempre guiar-nos na direcção da vida que queremos, em congruência, criar. Alinhando os três cérebros – cardíaco, entérico e cognitivo – com as três mentes- somática, cognitiva e de campo (explico-te tudo no ‘Gurus de Palmo e Meio’).
Na Parentalidade Generativa o principal foco está na conexão e na presença com qualidade da relação. Primeiro de nós, agora adultos, para connosco, depois de nós para com a nossa criança interior (tantas vezes a gritar para ser vista, reconhecida, acolhida, curada). Desse lugar de intuição, de amor e abundância, podemos então conectar com o nosso filho e com os demais.
Como posso educar o meu filho?
Vivendo consciente de que os nossos filhos não veem ao mundo para cumprir as nossas expectativas, necessidades e desejos. Tal como nós, são seres únicos, com identidade, espírito e assinatura próprios, que pedem para se manifestar na sua inteireza e humanidade. O foco é sempre na vossa conexão.
A educação parental deve focar-se no nosso assumir de responsabilidade pessoal, respeitando o dom único de cada ser, oferecendo, através do nosso melhor exemplo e modelo de pais, sem perfeição, com conexão, as diferentes (e infinitas) práticas e capacidades que os nossos filhos podem vir a precisar para caminhar na vida.
Há uma oração, que o pai da Terapia Gestalt, Fritz Perls escreveu em 1969, que rezo sempre que sinto emergir em mim a necessidade de controlar alguma das minhas filhas:
Eu sou eu, tu és tu.
Eu faço as minhas coisas, tu fazes as tuas coisas.
Eu sou eu, tu és tu.
Não estou neste mundo para viver de acordo com as tuas expectativas. E nem tu estás para viver de acordo com as minhas.
Eu sou eu, tu és tu.
Se por acaso nos encontrarmos, será lindo. Se não, não há o que fazer.
Não existem fórmulas universais de educar. Aqui explico-te detalhadamente. Cada família é um sistema único e sabe o que lhe convém a cada momento e contexto. Lembra-te que o teu filho, tal como tu, não é o seu comportamento, que esse é sempre o melhor que consegue ter naquele momento, que tem uma intenção positiva e que te comunica uma necessidade escondida que quer ser revelada! Bem-vindo.
Separa a criança do comportamento, com amor e empatia, sem impor regras ou condições. Caso contrário só geras mais desconexão entre ti e o teu filho!
Sem rótulos, sem castigos e ‘time-out’, sem prémios e recompensas, sem elogios e chantagens! Sem instalar a vergonha e a culpa como motivadores de alteração de comportamentos! Tudo isto tão típico de uma educação tradicional e autoritária.
A educação parental transforma vidas
Hoje, tenho a certeza que sim, que a educação parental transforma vidas, transforma o mundo. É possível fazer diferente! E a forma como podes fazê-lo (a tua forma única, autêntica, congruente a linhada com quem és e com o pai, a mãe que deves ser para os teus filhos) é o que vais descobrir e desenhar na certificação internacional Practitioner em Parentalidade Generativa. Um vasto leque de práticas generativas diárias, que nos permitem mergulhar, em segurança e consciência, na nossa essência, encontrar e curar os nossos triggers (gatilhos) instalados na infância, resgatar a nossa voz única de seres humanos e pais, munindo-nos de uma série de estratégias e instrumentos que transformam obstáculos em recursos e aprendizagens de e para a vida. Sempre com generosidade, porque sem generosidade não pode haver generatividade e nada de realmente único e novo, emerge.
Lembra-te,
Tudo o que queres promover no teu filho,
deve primeiro existir em ti!