Dicas de Virgínia Satir que transformam as famílias em generativas
“As minhas ideias e a compreensão da espiritualidade emergem da minha própria infância, numa quinta em Wisconsin, nos EUA. Via coisas a crescer por todos os lados e muito cedo compreendi que o crescimento é a força vital, uma manifestação do espírito, é a consciência de que somos seres espirituais numa forma humana. Esta é a essência da espiritualidade. E o desafio de sermos inteiramente humanos é o de permanecermos num estado de abertura para algo maior, que tem muitos nomes, por exemplo Deus. Creio que uma vida exitosa acontece quando aceitamos e permitimos que essa relação com a nossa força vital, aconteça.”
Virgínia Satir, em “Satir Step by Step: A Guide to Creating Change in Families”
O legado de Virgínia Satir, assim como parte do legado de Carl Rogers, por exemplo, são pilares na Parentalidade com PNL & Generativa. Se já segues, sabes que não facilito dicas, ainda assim, há pontos chave no processo de transformação e mudança, que o legado da mãe da terapia familiar sistémica, modelada pela Programação Neurolinguística, Virgínia Satir, nos traz e aplicamos no processo de criação das famílias generativas.
A observação e a curiosidade, essenciais na vivência da Parentalidade Generativa, estão presentes em Satir, que nos revela um modelo de transformação assente na humanidade única é irreversível de cada ser. Como a própria dizia, “sempre que alguém liberta os seus medos, desperta a sua própria coragem, a capacidade para viver no presente e permitir que a transformação aconteça. É assim, que se torna totalmente humano”.
Acreditando, tal como eu acredito, que a família é o microcosmos do mundo, Virgínia Satir almejava a criação de relações harmoniosas, possíveis quando vivemos desde a nossa essência, com consciência daquilo que nos limita e empodera, assumindo responsabilidade pessoal e o poder de escolher, decidir, gerir e transformar a nossa realidade interior e exterior de uma forma positiva.
Dicas de Virgínia Satir no processo de transformação:
- Os sentimentos de valor só podem florescer num ambiente onde as diferenças individuais são apreciadas, as falhas toleradas, a comunicação é aberta e as normas são flexíveis! Este é o tipo de atmosfera que se encontra numa família que se nutre mutuamente;
- Não devemos permitir que as percepções limitadas de outras pessoas, nos definam;
- Podemos aprender algo novo, a qualquer momento, assim acreditemos que podemos;
- O problema não é o problema, é a forma como olhamos para ele;
- Eu sou eu, em todo o mundo não há ninguém como eu. Há pessoas que têm algo em comum comigo, mas ninguém é como eu (podes ler aqui a declaração de auto-estima de Virgínia Satir);
- Quero amar-te sem absorver-te (…) então ter-nos-emos conhecido verdadeira e poderemos beneficiar-nos mutuamente (lê aqui todo o poema);
- As cinco liberdades de Virgínia Satir das quais já falamos algumas vezes…
E nesta arte de sermos pais, nos momentos mais desafiantes, quando o mundo parece vazio, saibamos sair do CRASH STATE, desta análise dentro da cabeça, da rigidez que se manifesta na mente somática (no corpo), que nos tolda os sentidos e tenhamos a clareza de que tudo o que precisamos é apenas voltar a casa, reconectar com quem somos. Como lembrava Satir, estabelecer contacto connosco mesmos e com os demais, é um jogo que mantém a nossa integridade, alimenta a auto-estima e o nosso crescimento, que nos permite nutrir relações generativas connosco e com os demais. Quanto mais praticarmos mais amamos, mais amados somos, mais harmoniosamente vivemos. Todos.
PS – De várias formações que fiz sobre o trabalho de Virgínia Satir, onde mais aprendi sobre o tema, foi nos estudos profundos que realizei em particular com Judith DeLozier, na UCSC University of California, Santa Cruz e com Frank Pucelik, co-criador da Programação Neurolinguística (PNL), que trabalhou directamente com Satir e a modelou.