Crianças sem conserto, pais à beira de um ataque de nervos
Não me digas que vens já em alta velocidade, por acreditares fazer parte do grupo dos pais à beira de um ataque de nervos, com filhos, que são crianças, definitivamente sem conserto?! Vais mesmo continuar a contar-te essa história?! Esquece!
Primeiro, são apenas crenças limitadoras. Uma – que te encontras à beira de um ataque de nervos; outra que o teu filho precisa de conserto. Vou começar com um convite. Podes experimentar perguntar-te:
- Esta crença serve-me?
- A quem mais serve a minha crença?
- Faz-me sentido?
- Quero acreditar nisto?
Este artigo surge na sequência de uma mensagem que me enviaram e de comentários que tenho lido de quando em vez, sendo que mais frequentemente, nas redes sociais. Uma pessoa que conheço participou num evento de renome internacional de Coaching, onde assistiu a uma palestra acerca de Coaching na Educação. Até aqui tudo bem. A mesma pessoa, diz agora que o “Coaching na Educação é o futuro”. Não me choca, até porque os nossos pequenotes são o futuro, mas quero perceber qual a intenção e o que a motiva a defender esta tese. A resposta vem em forma de generalizações, rótulos e mais rótulos. Ou seja, que a geração X de crianças, nascidas entre os anos Y e H, são K e por isso, são todos bla bla bla e precisam de coaching para poderem ser responsáveis e líderes….
Por favor, deixem as crianças fora desta equação e assumam responsabilidade, enquanto adultos!
Crianças sem conserto
Claro que as crianças não têm conserto porque elas não têm defeito, não estão estragadas. Cada criança é um mundo, é um ser único, com características únicas, que responde ao ambiente que a rodeia, física e emocionalmente. Cada criança modela e age de acordo com os adultos que estão ao seu redor. Se ela apresenta comportamentos inadequados, não tem a ver certamente com o ano de nascimento, nem com ser geração Z ou J, mas com algo que é disfuncional no sistema onde vive, no qual está inserida, ou está apenas a manifestar uma necessidade que quer ser preenchida. Investiga com amor e curiosidade. As crianças pedem conexão, precisam de presença, de qualidade! De uma relação de igual dignidade.
E se a criança tem alguma questão do foro psicológico, então, não é assunto para um coach, mas sim para um profissional da área da psicoterapia ou psicologia (coisa que um coach não é, a menos que tenha esse background). Como nos diz a mãe da PNL, Judith DeLozier:
“A PNL não é psicoterapia, não é psicologia. Muitos usam-na como um conjunto adicional de habilidades de comunicação, usando o trabalho da Gestalt e da Terapia Familiar, por exemplo. A PNL nasce do processo de modelagem da experiência humana… Se as pessoas não entendem essa diferença, então elas não receberam boa formação, em PNL.”
Pais à beira de um ataque de nervos
Quantos?! Todos nós, nos dias em que nos deixamos guiar pelo stress que aceitamos acumular nas nossas vidas, por crenças e valores que herdamos e aplicamos sem contestar, ou por emoções congeladas na nossa infância. Sim, o que acontece na infância, vem connosco pela vida. E é por isso que a certificação internacional Practitioner em Parentalidade & Educação Generativa, investiga e (re)desenha intenções, valores e crenças. De quem? Dos pais e educadores, pois claro!
Na Parentalidade com PNL & Generativa aplico algo do legado, precisamente do pai da terapia Gestalt, Fritz Perls, “uma pessoa consciente é uma pessoa inteira”. Sejamos, pois, adultos conscientes e um pouco mais inteiros. É assim que somos exemplo de mudança e transformação, neste mundo.
O meu convite é a de que (primeiro) os educadores procurem um coach, não a criança. A criança nunca foi, nunca será o problema, ela É a solução. E sim, é uma generalização, talvez a única em que acredito.
Juntos, por um mundo melhor.