Avós elevam Portugal ao país onde os pais são mais felizes
Porque acredito que a vida só faz sentido quando partilhada, olhos nos olhos, braços nos braços, colo no colo, com muito amor incondicional, mimo, carinho, presença e escuta e porque creio mesmo que são os avós os mestres de todas estas qualidades e muito mais, os resultados do estudo que te falo em seguida, fazem muito sentido: Os avós elevam Portugal ao país onde os pais são mais felizes! Como diz o psicólogo Eduardo Sá, “os avós são o reservatório mundial da bondade”.
E são mesmo!
O estudo levado a cabo por uma equipa de investigação orientada por Jennifer Glass, catedrática de Sociologia na Universidade do Texas – “Parenthood and Happiness”: Effects of Work-Family Reconciliation Policies in 22 OECD Countries”, estudou o fosso de felicidade parental e o nível de liberdade que os pais têm em cada país. Resultado, os avós elevam Portugal ao país onde os pais são mais felizes! Ah, já te tinha dito, é que fiquei tão feliz com a constatação científica de algo que eu já sentia há muito que não me canso de apregoar esta ventura!
De facto, Portugal encontra nos avós uma rede de apoio que países escandinavos, por exemplo, encontram em escolas, jardins-de-infância, licenças parentais de 52 semanas, apoios financeiros à família (incluindo desempregados), férias remuneradas e uma série de outros protocolos que permitem conciliar em harmonia e estabilidade, emprego e família.
Este estudo teve início em 2005, num universo de seis mil crianças, milhares de pais e avós. As rotinas familiares foram estudadas à lupa. Os números traduzem uma realidade inegável: 72% dos pais revelam que os avós são os parceiros na educação dos seus filhos. Que não só os acompanham nos famosos (e quanto a mim, dispensáveis) T.P.C como também nas actividades extra curriculares. Além disso, cozinham, tratam muitas vezes da lide doméstica da casa dos filhos e consequentemente dos netos (dava azo a outra investigação, mas por agora, foquemo-nos na actual) e tudo isto permite com que os pais fiquem com mais tempo livre aumentando os níveis de felicidade e que os avós continuem a sentir que são úteis e se realizem através dos que mais amam.
Com base em práticas do Success Factor Modeling (SFM) , a própria Dinamarca, exemplo de país feliz, criou os aquilo a que chama “Sistemas de Avós Emprestados”. O Happiness Research Institute revela que várias cidades dinamarquesas têm grupos de cidadãos séniores que se voluntariam para ser avós emprestados a famílias específicas. Meik Wiking, presidente deste instituto, sugere que outras comunidades, noutros países, façam o mesmo e consigam assim alcançar a felicidade das famílias portuguesas.
O que aqui celebramos são os avós, aqueles que te dizem que és perfeita/o tal e qual como és, que olham para ti sem expectativas. Que te mostram, na primeira pessoa, o que é responsabilidade, compaixão, respeito e integridade. Que passam os valores da vossa família e abrem espaço para deixar sair o que está a mais e emergir o que deve ser acolhido, sem dramas, com fé, em paz. Exemplos vivos do que é assumir e cumprir os compromissos. Há dias partilhava aqui a importância dos cuidadores serem, também eles, cuidados. E os avós são esses cuidadores e cuidados, em simultâneo. Seres de uma cumplicidade dócil e responsável.
Muitos dos avós portugueses, experienciaram vidas exigentes (ao nível político e financeiro, por exemplo), vidas que os filhos já não conheceram (e ainda bem), experiências que são história, que podem partilhar, na primeira pessoa com os netos e que vão muito além do que estes podem encontrar numa pesquisa electrónica.
Os avós são a paciência, a serenidade em pessoa e sabem ser crianças novamente, sem pudores nem regras impostas. Guardadores do templo duma sabedoria à qual os pais, por força da idade, ainda não chegaram. Guardam também tesouros que outrora, por inexperiência ou falta de tempo, não passaram aos filhos, partilhando agora com os netos. Em casa dos avós é sempre Natal e que bom que é.
É fácil reconhecer porque é que os avós elevam Portugal ao país onde os pais são mais felizes!
Bem-hajam e parabéns aos avós (aqueles que o são: os de sangue e os emprestados)!