A Auto-Estima de Virgínia Satir, na Parentalidade Generativa
A mãe da Terapia Familiar Sistémica, Vírginia Satir, modelo de excelência adoptado pela Parentalidade com PNL & Generativa, lembra-nos que cada qual, crianças e pais, conhecem e sentem a sua verdade individual. As investigações de Satir conduziram à descoberta de que, quanto mais a experiência da criança for negada, quando chega à fase adulta, mais dificuldade ela vai ter em reconhecer e acolher as suas emoções e sentimentos, mais a sua auto-estima sai fragilizada.
Partilho assim, um dos poemas mais bonitos que já li sobre a auto-estima, escrito precisamente por Vírginia Satir. Esse poderoso sistema imunitário social que te ajuda a lidar com situações desafiantes quando és, por exemplo, interrogado e agredido, de alguma forma. O tema tem reunido investigadores sociais, neurocientistas e físicos quânticos em todo o mundo. Uma autoestima saudável é a certeza que tens sobre quem és, relacionas-te bem com tudo o que sabes sobre ti. É a capacidade de gostares de ti, de te aprovares, de teres uma auto-imagem positiva. Ela protege-te, preenche-te e faz-te sentir merecedor de amor e de tudo o que de melhor o mundo contém, permite que te auto-realizes, é sinónimo de felicidade e inteireza. Exploro o tema no meu último livro, “Gurus de Palmo e Meio”. Quem tem uma autoestima saudável é humilde, generoso, comunica sem medo, expõe com tranquilidade a sua vulnerabilidade, pratica a auto-compaixão e sabe que não precisa de aprovação ou aceitação externa de terceiros e criar relações profundas.
De 0 a 10, como está a tua auto-estima?
“Eu sou eu
Em todo o mundo,
Não há ninguém igual a mim.
Há pessoas,
Que têm alguns talentos iguais aos meus,
Mas a natureza de ninguém se compara a minha.
Por essa razão, tudo o que sai de mim é meu de verdade
Porque eu sozinha fiz a escolha.
Sou dona de tudo o que diz respeito a mim.
O meu corpo, inclusive
Tudo o que ele faz;
A minha mente e inclusive todos os seus pensamentos e ideias;
Os meus olhos, inclusive as imagens de tudo o que contemplam;
Os meus sentimentos, seja quais forem
Raiva, alegria, frustração, amor, desengano, excitação;
A minha boca e todas as palavras que dela provêm;
Gentis, doces ou ásperas,
Próprias ou impróprias;
A minha voz, ruidosa ou suave;
E todas as minhas atitudes,
Com os outros ou comigo mesma.
Sou dona de minhas fantasias, meus sonhos, minhas esperanças;
Os meus temores.
Sou dona de todos os meus triunfos e sucessos;
De todos
os meus fracassos e erros.
Porque sou dona de mim, sei o que se passa em meu íntimo.
Então, gosto de mim e sou afetuosa comigo em tudo que me diz respeito.
Desse modo, possibilito a mim trabalhar como um todo para o meu bem.
Sei que há em mim alguns aspectos que não conheço.
Mas enquanto eu for terna e Afetuosa comigo mesma,
Poderei com coragem e esperança,
Procurar soluções para os enigmas e meios de descobrir mais sobre mim.
Seja como for que eu pareça e me comporte,
O que quer que diga e faça, pense e sinta em dado momento, tudo isso sou eu.
É autêntico e representa onde estou neste exacto momento.
Quando mais tarde recordo como pareci e me comportei, o que disse e fiz e pensei e senti,
Talvez algumas partes revelem-se inadequadas…
Deito fora o que não me serve, guardo o que foi aprovado e invento algo novo para substituir o que descartei.
Vejo, ouço, sinto, penso, falo e faço.
Tenho as ferramentas para sobreviver, para ficar perto dos outros, para ser criativa e compreender o mundo das pessoas e as coisas fora de mim.
Sou dona de mim!”
Virgínia Satir